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190 anos de Louise Michel

Como forma de prestar homenagem a vida e obra da communard anarquista Louise Michel no dia em que recordamos os 190 anos de seu nascimento a Biblioteca Terra Livre disponibiliza a poesia de Paul Verlaine (1844-1896) – inédita em português – sobre Louise.

A poesia de Paul Verlaine foi musicada em 2012 pela banda NMB Brass Band.

E foi traduzida para o português, por ocasião deste aniversário, por Beatriz Barbosa:

Balada em homenagem à Louise Michel

Madame e Pauline Roland
Charlotte, Théroigne, Lucile,
Quase Joana d’Arc, estrelando
A fronte da multidão tola,
Nome dos céus, coração divino que distancia
Essa espécie de menos que nada
França burguesa às costas fáceis,
Louise Michel é muito boa¹

Ela ama o Pobre rude e franco
Ou tímido, ela é a foice
No trigo maduro para o pão branco
Do Pobre, e a santa Cecília
E a musa rouca e graciosa
Do Pobre e seu anjo guardião
Para este simples, para este rebelde.
Louise Michel é muito boa

Governos maliciosos,
Megatério² ou bacilo,
Soldado bruto, magistrado insolente,
Ou algum compromisso frágil,
Gigante de lama com pés de argila,
Tudo isso sua ira cristã
Esmaga com um desprezo ágil.
Louise Michel é muito boa.

ENVIO

Cidadã! Vosso evangelho
Nós morremos por! É a Honra! E bem
Longe dos Taxil e dos Bazile,
Louise Michel é muito boa.

1. A tradução de “bien” é “bem”, mas
provavelmente o autor adaptou por fins
de rimas. A frase faz alusão ao apelido
de Louise Michel “la Louve rouge, la
Bonne Louise” (a loba vermelha, a boa
Louise).
2. “Besta gigante”, era uma preguiça
gigantesca que viveu do Plioceno até o
Pleistoceno, há aproximadamente 20 mil
anos, nas Américas do Sul e do Norte.
(Wikipedia)

* * *

Outros materiais para conhecer mais sobre a vida e obra de Louise Michel são:

183 anos do nascimento de Louise Michel

Hoje, 29 de maio, relembramos o aniversário de nascimento de Louise Michel no ano de 1830. Incansável lutadora Louise Michel dedicou sua vida a educação e a transformação da sociedade no sentido da revolução social. Combatente implacável nas barricadas de Paris contra os desmandos do governo de Versalhes durante a Comuna de Paris em 1871, Louise colocou sua vida em risco juntamente com toda a classe de oprimidos da capital francesa.

A derrota dos communards não marcaria somente o longo exílio de Louise Michel na Nova Caledônia como também a levaria a reivindicar-se anarquista na lutar contra todas as injustiças sociais. O longo exílio não foi capaz de manter Louise distante dos princípios e círculos anarquistas. No ano de 1898, juntamente com Liev Tolstói, Élisée Reclus, Piotr Kropotkin e outros indivíduos escreveu o texto do Comitê de Iniciativa para o Ensino Integral retomando as discussões sobre a Educação Integral que haviam sido iniciadas na Associação Internacional dos Trabalhadores e apresentando algumas perspectivas objetivas para a implementação deste projeto de educação.
A vida de Louise Michel encontraria seu fim no início de 1905 em decorrência de uma forte pneumonia contraída durante uma viagem pela França onde realizava leituras em prol das causas anarquistas. Suas ideias e sua vida ainda seriam lembrados por diversas ocasiões, sendo significativo lembrar que um dos batalhões da Revolução Espanhola lhe renderia homenagem carregando o seu nome.
Buscando mais uma vez relembrar da incansável lutadora Louise compartilhamos em nossa página um filme, produzido na França em 2009, sobre a vida no exílio de Louise Michel e dos demais communards pós Comuna de Paris. A legenda para o português foi realizada por militantes do coletivo Ativismo ABC e estão disponíveis para download AQUI.

Cineclube Terra Livre – 25/03 – Louise Michel

No próximo domingo, dia 25, ocorrerá a primeira sessão do Cineclube Terra Livre. Neste semestre o Cineclube retoma suas atividades com a mostra de filmes “Anarquistas”, com filmes biográficos sobre anarquistas históricos. As exibições ocorrerão no Centro de Cultura Social de São Paulo, espaço anarquista histórico de memória e difusão do anarquismo no Brasil. Para a primeira sessão da mostra exibiremos o filme Louise Michel, a rebelde, por ocasião da celebração do dia internacional das mulheres (08/03) e do início da Comuna de Paris (18/03), a 141 atrás.

“Na aurora que surgia ouvia-se o alarme;subíamos a passo de ataque, sabendo que no cume havia um exército alinhado para a batalha. Pensávamos em morrer pela liberdade. Estávamos como suspensos da terra. Nós, mortos, Paris ergueu-se. As multidões em certos momentos são a vanguarda do oceano humano.

O cume estava envolto numa luz branca, uma aurora esplêndida de libertação. A tropa fraterniza com o povo, a insurreição ganha Paris bairro por bairro, surpreendendo simultaneamente o governo e o Comitê Central. Foi só à noite que os membros do Comitê Central decidiram-se a passar ao ataque e ocupar toda a cidade, enquanto Thiers e o governo fugiam para Versalhes.”
Louise Michel

Louise Michel, a rebelde (2009), Sólveig Anspach, 90 min.
Louise Michel é uma francesa revoltosa da Comuna de Paris. Embora todos saibam seu nome, ninguém sabe quem ela é. Condenada por ter combatido as tropas de Bismark, depois de um tempo na prisão Rochefort, ela é enviada como milhares de revolucionários para a distante Nouméa, na Nova Caledônia, enquanto em Paris o jovem George Clémenceau tenta obter anistia para todos os comunas. Professora, amiga do famoso Victor Hugo, torna-se em Nouméa uma resistente admirada por todos os homens. Ela não só anima suas companheiras de prisão como também faz amigos entre os nativos da ilha, conhecidos como Kanaks. Ensina-lhes francês, aprende os seus costumes e fica ao lado deles quando se levantam contra a autoridade colonial. Sua anarquia não é uma ideologia, mas uma atitude moral. Ela conclui a detenção lecionando numa escola que reúne na mesma sala crianças Kanaks e outras etnias.

Dia: 25/03, a partir das 18h.

ENTRADA FRANCA

Onde: Rua General Jardim, 253 Sala 22
Vila Buarque São Paulo – SP
(Próximo ao metrô Republica)