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183 anos do nascimento de Louise Michel

Hoje, 29 de maio, relembramos o aniversário de nascimento de Louise Michel no ano de 1830. Incansável lutadora Louise Michel dedicou sua vida a educação e a transformação da sociedade no sentido da revolução social. Combatente implacável nas barricadas de Paris contra os desmandos do governo de Versalhes durante a Comuna de Paris em 1871, Louise colocou sua vida em risco juntamente com toda a classe de oprimidos da capital francesa.

A derrota dos communards não marcaria somente o longo exílio de Louise Michel na Nova Caledônia como também a levaria a reivindicar-se anarquista na lutar contra todas as injustiças sociais. O longo exílio não foi capaz de manter Louise distante dos princípios e círculos anarquistas. No ano de 1898, juntamente com Liev Tolstói, Élisée Reclus, Piotr Kropotkin e outros indivíduos escreveu o texto do Comitê de Iniciativa para o Ensino Integral retomando as discussões sobre a Educação Integral que haviam sido iniciadas na Associação Internacional dos Trabalhadores e apresentando algumas perspectivas objetivas para a implementação deste projeto de educação.
A vida de Louise Michel encontraria seu fim no início de 1905 em decorrência de uma forte pneumonia contraída durante uma viagem pela França onde realizava leituras em prol das causas anarquistas. Suas ideias e sua vida ainda seriam lembrados por diversas ocasiões, sendo significativo lembrar que um dos batalhões da Revolução Espanhola lhe renderia homenagem carregando o seu nome.
Buscando mais uma vez relembrar da incansável lutadora Louise compartilhamos em nossa página um filme, produzido na França em 2009, sobre a vida no exílio de Louise Michel e dos demais communards pós Comuna de Paris. A legenda para o português foi realizada por militantes do coletivo Ativismo ABC e estão disponíveis para download AQUI.

Cineclube A Comuna (Paris, 1871) – Parte 2

O Cineclube Terra Livre tem o prazer de anunciar a exibição da segunda parte do filme A Comuna (Paris, 1871), dirigido por Peter Watkins, em celebração a memória dos 142 anos da Comuna de Paris. O filme, realizado na forma de falso documentário, dividido em duas partes, busca apresentar ao longo de suas seis horas de duração as tensões e os anseios vividos pelas e pelos comunalistas nos 72 dias de resistências e lutas dentro da cidade de Paris. Por conta da extensa duração do filme, a primeira parte foi exibida no dia 24 e a segunda parte será exibida no último domingo de março, dia 31. A exibição será realizada em parceria com o CCS (Centro de Cultura Social), tendo início as 15h. A entrada é livre.

Cineclube Terra Livre apresenta:

A Comuna (Paris, 1871) – Parte 2

Dia 31/03 . domingo . 15h

Local . Centro de Cultura Social – Rua General Jardim, 253 – sala 22 – República.
(A quatro quadras do metro República)

Entrada livre.

Para aquelas e aqueles que não puderam conferir a primeira parte do filme é possível fazer o download do filme através de torront: DOWNLOAD TORRENT e da legenda em português em: DOWNLOAD LEGENDA

Ou o video pode ser assistido no Youtube, com legendas em inglês:

http://www.youtube.com/watch?v=12e28qGeFAw

Cineclube A Comuna (Paris, 1871)

O Cineclube Terra Livre tem o prazer de anunciar que no próximo dia 24 de março (domingo) realizará, em parceria com o CCS (Centro de Cultura Social), a exibição do filme A Comuna (Paris, 1871), dirigido por Peter Watkins, em celebração a memória dos 142 anos da Comuna de Paris. O filme, realizado na forma de falso documentário, busca apresentar ao longo de suas seis horas de duração as tensões e os anseios vividos pelas e pelos comunalistas nos 72 dias de resistências e lutas dentro da cidade de Paris. Por conta da extensa duração do filme o Cineclube terá início as 15h e contará com um intervalo de vinte minutos no meio do filme para os comes e bebes. No dia haverá café e bolo. Aos que quiserem colaborar comidas e bebidas são bem vindas. A entrada é livre.

Cineclube Terra Livre apresenta:

A Comuna (Paris, 1871), 5h30 de duração, direção de Peter Watkins

Dia 24/03 . domingo . 15h

Local . Centro de Cultura Social – Rua General Jardim, 253 – sala 22 – República.
(A quatro quadras do metro República)

Entrada livre.

As circunstâncias que determinaram o movimento da Comuna foram, apesar de tudo, um fato bastante banal, a débil defesa do governo e o abandono de um parque de artilharia do qual os prussianos, entrando em Paris, poderiam apoderar-se; mas estes foram simples detalhes. A França estava desunida; era preciso que os dois elementos opostos agrupassem-se francamente um com o outro em toda a sinceridade de suas aspirações, em toda a retidão de suas vontades. Foi o que fizeram os comunalistas de Paris, mais conhecidos, como todos os vencidos, por um nome de insulto, aquele de “communards”. É que as condições de perigo supremo, nas quais se encontrava a cidade de Paris, eram de natureza a enlevar os corações. Triplamente cercada pelas tropas alemãs, que teriam se rejubilado com a pilhagem, pelas tropas francesas, que ardiam de vontade de vingar-se das vitórias germânicas sobre os seus compatriotas, e pela massa da nação francesa, que de bom grado teria precipitado-se sobre Paris, foco de incessantes revoluções, a grande cidade não podia esperar vencer, malgrado a imensidão de seus recursos. Nem um único homem tendo alguma noção da história teve a mínima dúvida sobre o desfecho do conflito. Todos aqueles que aclamavam a Comuna, homens experientes das revoluções anteriores ou jovens entusiastas apaixonados por liberdade, sabiam de antemão que estavam destinados à morte. Vítimas propiciatórias, eles deviam à nobreza de seu devotamento, à amplitude de suas idéias, uma gravidade serena que refletia sobre a fisionomia geral de Paris e dava-lhe, nesses dias de resolução viril e completo desinteresse, uma fisionomia de majestosa grandeza que ela nunca tivera. (…)
Condenados de antemão a uma impiedosa repressão, as pessoas da Comuna deveriam ter aproveitado a curta trégua da existência para deixar grandes, incomparáveis exemplos, para começar, para além de revoluções e contra-revoluções, uma sociedade futura liberada da fome e do flagelo do dinheiro. Todavia, para empreender tal obra, teria sido necessário pôr-se de acordo em uma vontade comum e colocar em prática um saber já experimentado. Ora, as revoltas de Paris representavam grupos muito díspares que deviam forçosamente agir em sentido inverso uns dos outros. Entre eles, alguns ainda haviam permanecido em acessos de romantismo jacobino, outros só tinham honestos instintos revolucionários; uma minoria apenas compreendia que era necessário proceder com método à destruição de todas as instituições de Estado e à supressão de todos os obstáculos que impedem o agrupamento espontâneo dos cidadãos. Tudo somado, a obra do governo da Comuna foi mínima, e não podia ser diferente, porquanto ele estava, na realidade, nas mãos do povo armado. Se os cidadãos tivessem sido conduzidos por uma vontade comum de renovação social, eles teriam imposto a seus delegados; mas eles só tinham a preocupação com a defesa: combater bem e morrer bem.” Élisée Reclus (anarquista que juntamente com outras centenas de comunalistas compuseram as barricadas na cidade de Paris no ano de 1871.)

Trecho extraído do livro: Reclus, Élisée. O Homem e a Terra – Internacionais. São Paulo: Imaginário, 2011. p. 44-47.

19/07 – Lançamento do Livro: NEGRAS TORMENTAS, Alexandre Samis

A Biblioteca Terra Livre convida para o debate sobre a Comuna de Paris por ocasião do lançamento do livro do companheiro Alexandre Samis, “NEGRAS TORMENTAS: O Federalismo e o Internacionalismo na Comuna de Paris”. Sem dúvida, esse é o melhor e mais completo livro sobre o episódio francês já lançado no Brasil. Veja o índice da obra: http://i1113.photobucket.com/albums/k519/bibliotecaterralivre/Comuna_Indice.jpg

Para esquentar a conversa exibiremos o filme “A Comuna”, produzido em 1914 pela cooperativa anarquista Cinema do Povo.

19 de Julho – Terça-feira – 19 horas

LANÇAMENTO DO LIVRO:

NEGRAS TORMENTAS
O Federalismo e o Internacionalismo na Comuna de Paris
Autor: Alexandre Samis
370 páginas – Editora Hedra

DEBATE COM O AUTOR.

EXIBIÇÃO DO FILME:

A COMUNA (La Commune)
França, 1914, 35mm, preto e branco, 22min
cp: Cinéma du Peuple; d e r: Armand Guerra

LOCAL: SEDE DO SINSPREV/SP
Rua Antonio de Godoy, 88 – 2º andar – Centro
Próximo ao Metrô São Bento
(descer no metrô e atravessar o viaduto Santa Ifigênia)
Fone: 3352-4344

140 anos da Comuna de Paris

Hoje, 18 de março, comemoramos 140 anos da Comuna de Paris. Viva a Comuna!

“Eu estou, graças ao povo de Paris, com política até o pescoço: presidente da federação dos Artistas, membro da Comuna, representante da Prefeitura, representante de Educação Pública, quatro dos mais importantes gabinetes de Paris… Paris é um verdadeiro paraíso! Sem polícia, sem tolices, sem cobrança de qualquer tipo, sem discussões! Tudo em Paris funciona como um relógio. Ah, se ela pudesse permanecer assim para sempre. Em suma, é um belo sonho. Todos os corpos governamentais são organizados federalmente e se autogovernam.”

Carta de Gustave Courbet (pintor anarquista e communard)

Manifesto:

CINECLUBE TERRA LIVRE

Na semana em que comemoramos 140 anos da Comuna de Paris iniciamos o Cineclube Terra Livre.

Retomando um sonho de um grupo de operários e anarquistas franceses que em março de 1914 exibem pela primeira vez filmes produzidos de maneira autogestionária, com uma intenção educativa e apresentando ao mundo, através das telas, a visão da classe trabalhadora e explorada.

O Cinema do Povo, cooperativa de produção e distribuição cinematográfica, reuniu pela primeira vez características que hoje ainda lutamos para ter em nossas organizações e nas nossas lutas.

Constituindo-se, talvez, como primeiro “cineclube” de que se tem notícias, essa experiência vem ressuscitar 97 anos depois no Brasil.

Alguns de nossos princípios são a autogestão como forma de organização; a horizontalidade nas decisões; a intenção pedagógica libertária; e a constituição de um espaço de livre debate e criação artística e política.

Viva a Comuna! Viva o Cinema do Povo! E longa vida ao Cineclube Terra Livre!

São Paulo, 18 de março de 2011

Programação:

MOSTRA “PELÍCULAS NEGRAS”: PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA ANARQUISTA

PRIMEIRA SESSÃO:  20/03 – CINEMA DO POVO

Na sessão de inauguração do CINECLUBE TERRA LIVRE serão exibidos filmes silenciosos realizados pelo grupo anarquista Cinema do Povo na década de 1910 na França.

A COMUNA (La Commune)
França, 1914, 35mm, preto e branco, 22min
cp: Cinéma du Peuple; d e r: Armand Guerra; e: Armand Guerra

AS MISÉRIAS DA AGULHA (Les misères de l’aiguille)
França, 1914, 35mm, preto e branco, 13min
cp: Cinéma du Peuple; d: Raphäel Clamour; e: Jeanne Roques, Lina Clamour, Gaget, Michelet, Armand Guerra

O VELHO DOQUEIRO (Le Vieux docker)
França, 1914, 35mm, preto e branco, 5min
cp: Cinéma du Peuple; d: Armand Guerra; r: Yves-Marie Bidamant, Charles Marck; e: Armand Guerra

Também serão exibidos dois filmes realizados por grandes estúdios de cinema comerciais do início do século XX que criticam e combatem o anarquismo.

ASSASSINATO DO MINISTRO PLEHVE – GRÃO DUQUE SERGE (Assassinat du ministre Plehve – grand duc Serge)
França, 1904, 35mm, preto e branco, 1min16
cp: Pathé; d: Lucien Nonguet

A TERRORISTA (La Terroriste)
França, 1907, 35mm, tingido, 11min20
cp: Gaumont