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Homenagem ao centenário da morte de Neno Vasco

Há exatos 100 anos, o socialismo, o movimento operário e, especificamente, o anarquismo perdia um dos seus mais importantes militantes, Neno Vasco. Sua produção é vasta, diversificada e extensa, pois Neno escrevia desde peças teatrais, artigos de opinião, pesquisas históricas e teóricas sobre o anarquismo e sindicalismo revolucionário, até poemas e traduções em diversas línguas. Sua importância foi fundamental para o desenvolvimento do movimento anarquista tanto no Brasil quanto em Portugal.

Neno Vasco, pseudônimo de Gregório Nazianzeno de Moreira Queiroz e Vasconcelos, nasceu em Penafiel em 1878. Entre idas e vindas, suas atividades militantes junto ao movimento anarquista e operário transcorreram entre Brasil (1901-1911) e Portugal (1911-1920). Esteve à frente importantes periódicos de São Paulo, como O Amigo do Povo (1902-1904), e de Lisboa, como A Sementeira (1908-1919). Pouco inclinado à ação pública, Neno Vasco contribui mais como um propagandista do que como um ativista. Por meio da palavra escrita, destacou-se em inúmeras frente de luta no vasto horizonte libertário: na criação de uma estratégia sindicalista revolucionária, no engajamento com a causa anticlerical, na construção de uma tribuna antimilitarista, na preocupação com a emancipação feminina, na luta pela pedagogia libertária, dentre outras. Tais ações colaboraram para conferir o “tom anarquista” que caracterizou o movimento operário dos dois lados do Atlântico. Vitimado por uma tuberculose, Neno Vasco faleceu em 1920, com apenas 43 anos, na cidade de São Romão do Coronado.

Para homenagear esse importante militante anarquista, a Biblioteca Terra Livre, o Instituto de Estudos Libertários e a Livraria Ambulante Comuna de Patos reuniram uma série de textos contando um pouco sobre a vida, a obra e as reflexões desse que foi um dos mais célebres anarquistas de língua portuguesa.

Esperamos ter feito um trabalho à altura de sua importância. Boa Leitura!

PDF para a Brochura do centenário da morte de Neno Vasco, clique aqui!

Documentário: Öcalan e a questão curda

Após alguns meses de trabalho descontínuo, a Biblioteca Terra Livre tem o prazer de anunciar mais uma legenda em português para a difusão da luta curda. A tradução da legenda é frutos dos esforços colaborativos de membros da Biblioteca Terra Livre e apoiadores solidários! Agradecemos muito a todas pessoas que somaram esforços para que esta legenda fosse possível, bem como a Luis Miranda, diretor do documentário que gentilmente autorizou a publicação deste em nosso canal no YouTube.

Se você se interessou e quer saber como contribuir com o projeto de alguma forma, acesse o link: Quero Apoiar 

Sinopse:

O cerco da cidade síria de Kobane pelas tropas do Estado Islâmico apresentou o povo esquecido da história oficial: o povo curdo. Na Turquia, onde vive a maioria do povo curdo, os vários governos perpetuaram de forma violenta uma política de assimilação e negação. Em 1983, o PKK – Partido dos Trabalhadores do Curdistão – declarou guerra ao Estado turco. Isso desencadeou um conflito de 30 anos, que causou a morte de 40.000 pessoas, o deslocamento de milhões de pessoas e a destruição de milhares de aldeias. “Öcalan e a questão curda” descreve vinte anos de grandes esperanças e decepções na construção de um diálogo. Narra a crônica de um dos principais conflitos do Oriente Médio, por meio dos depoimentos de quem o viveu.

Leituras Libertárias #17: Aos Jovens de Piotr Kropotkin

Olá a todas pessoas ouvintes do Antinomia, sejam mais uma vez bem vindas ao Leituras Libertárias, projeto que busca compartilhar fragmentos de textos sobre a história, teorias e práticas do anarquismo. Hoje nós vamos fazer a leitura de um trecho do panfleto “Aos Jovens“, de Piotr Kropotkin, publicado inicialmente no jornal Le Revolté e posteriormente no livro Palavras de um Revoltado, obra organizada por Élisée Reclus. A tradução brasileira é de Plínio Augusto Coelho. Boa Leitura!

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190 anos de Louise Michel

Como forma de prestar homenagem a vida e obra da communard anarquista Louise Michel no dia em que recordamos os 190 anos de seu nascimento a Biblioteca Terra Livre disponibiliza a poesia de Paul Verlaine (1844-1896) – inédita em português – sobre Louise.

A poesia de Paul Verlaine foi musicada em 2012 pela banda NMB Brass Band.

E foi traduzida para o português, por ocasião deste aniversário, por Beatriz Barbosa:

Balada em homenagem à Louise Michel

Madame e Pauline Roland
Charlotte, Théroigne, Lucile,
Quase Joana d’Arc, estrelando
A fronte da multidão tola,
Nome dos céus, coração divino que distancia
Essa espécie de menos que nada
França burguesa às costas fáceis,
Louise Michel é muito boa¹

Ela ama o Pobre rude e franco
Ou tímido, ela é a foice
No trigo maduro para o pão branco
Do Pobre, e a santa Cecília
E a musa rouca e graciosa
Do Pobre e seu anjo guardião
Para este simples, para este rebelde.
Louise Michel é muito boa

Governos maliciosos,
Megatério² ou bacilo,
Soldado bruto, magistrado insolente,
Ou algum compromisso frágil,
Gigante de lama com pés de argila,
Tudo isso sua ira cristã
Esmaga com um desprezo ágil.
Louise Michel é muito boa.

ENVIO

Cidadã! Vosso evangelho
Nós morremos por! É a Honra! E bem
Longe dos Taxil e dos Bazile,
Louise Michel é muito boa.

1. A tradução de “bien” é “bem”, mas
provavelmente o autor adaptou por fins
de rimas. A frase faz alusão ao apelido
de Louise Michel “la Louve rouge, la
Bonne Louise” (a loba vermelha, a boa
Louise).
2. “Besta gigante”, era uma preguiça
gigantesca que viveu do Plioceno até o
Pleistoceno, há aproximadamente 20 mil
anos, nas Américas do Sul e do Norte.
(Wikipedia)

* * *

Outros materiais para conhecer mais sobre a vida e obra de Louise Michel são:

https://www.youtube.com/watch?v=9Gtp9AlTdX8&t=6s

Documentário: Cooperativa de Consumo Curto Circuito

Dando continuidade a divulgação de projetos libertários, a Biblioteca Terra Livre divulga a experiência da Cooperativa de Consumo Curto Circuito, uma Associação Dionisíaca para Manutenção da Agricultura Camponesa (AMAP), localizada em Saint-Denis (França), que iniciou suas atividades em 2010 e desde então tem promovido a autogestão e a relação direta entre agricultores de alimentos orgânicos e consumidores urbanos.

A tradução da legenda deste documentário (2013) é frutos dos esforços colaborativos de membros da Biblioteca Terra Livre e apoiadores solidários! Agradecemos em especial a Beatriz Barbosa pela revisão da legenda.

Se você se interessou e quer saber como contribuir com o projeto de alguma forma, acesse o link: Quero Apoiar 

Sinopse:

O documentário apresenta a cooperativa de consumo Curto Circuito, uma Associação Dionisíaca para Manutenção da Agricultura Camponesa (AMAP), que faz parte de uma reflexão global sobre a criação de ações alternativas. Surge a partir da ideia de unir pessoas em torno de um projeto que aborda um ato essencial da atividade humana: comer.

A partir daí, a cooperativa de consumo Curto Circuito pretende ser um ponto de encontro entre uma infinidade de iniciativas de indivíduos, que são autogeridas pelos próprios interessados, sem qualquer relação de poder, ou vínculos com estruturas oficiais.

Além disso, Curto Circuito não é uma associação; não há presidente, tesoureiro, escritório… é a autogestão social na prática.

Legenda:  @bibliotecaterralivre 

Revisão: Beatriz Barbosa