Darwin & Kropotkin, uma conversa sobre Ciência e Anarquismo

No sábado, dia 22 de junho, a Biblioteca Terra Livre e o Ativismo ABC, realizarão a partir das 15h uma roda de conversa sobre ciência e anarquismo, trazendo para o debate uma reflexão sobre os trabalhos de Darwin e Kropotkin. Para dar início ao debate exibiremos o curta animado “Darwin e Kropotkin: competição ou solidariedade?”, recentemente legendado pela Biblioteca Terra Livre.
O debate, que ocorrerá na Casa da Lagartixa Preta, em Santo André, se constitui como uma atividade preparatória para o Colóquio Internacional Ciência e Anarquismo, que ocorrerá entre os dias 11 e 14 de novembro na USP.

183 anos do nascimento de Louise Michel

Hoje, 29 de maio, relembramos o aniversário de nascimento de Louise Michel no ano de 1830. Incansável lutadora Louise Michel dedicou sua vida a educação e a transformação da sociedade no sentido da revolução social. Combatente implacável nas barricadas de Paris contra os desmandos do governo de Versalhes durante a Comuna de Paris em 1871, Louise colocou sua vida em risco juntamente com toda a classe de oprimidos da capital francesa.

A derrota dos communards não marcaria somente o longo exílio de Louise Michel na Nova Caledônia como também a levaria a reivindicar-se anarquista na lutar contra todas as injustiças sociais. O longo exílio não foi capaz de manter Louise distante dos princípios e círculos anarquistas. No ano de 1898, juntamente com Liev Tolstói, Élisée Reclus, Piotr Kropotkin e outros indivíduos escreveu o texto do Comitê de Iniciativa para o Ensino Integral retomando as discussões sobre a Educação Integral que haviam sido iniciadas na Associação Internacional dos Trabalhadores e apresentando algumas perspectivas objetivas para a implementação deste projeto de educação.
A vida de Louise Michel encontraria seu fim no início de 1905 em decorrência de uma forte pneumonia contraída durante uma viagem pela França onde realizava leituras em prol das causas anarquistas. Suas ideias e sua vida ainda seriam lembrados por diversas ocasiões, sendo significativo lembrar que um dos batalhões da Revolução Espanhola lhe renderia homenagem carregando o seu nome.
Buscando mais uma vez relembrar da incansável lutadora Louise compartilhamos em nossa página um filme, produzido na França em 2009, sobre a vida no exílio de Louise Michel e dos demais communards pós Comuna de Paris. A legenda para o português foi realizada por militantes do coletivo Ativismo ABC e estão disponíveis para download AQUI.

Debates

Nos próximos dias 30 (quinta-feira) e 31 (sexta-feira) de maio receberemos o militante anarquista e geógrafo Federico Ferretti para duas atividades que serão realizadas no Centro de Cultura Social. A primeira, na quinta-feira, abordará a relação entre os trabalhos desenvolvidos pelos geógrafos anarquistas dos séculos XIX e XX e as práticas da pedagogia libertária, o debate contará com a presença de Amir El Hakim de Paula, militante anarquista e professor do departamento de Geografia da UNESP Ourinhos.
No dia seguinte, sexta-feira, o debate será em torno da relação entre a produção científica e o pensamento e prática anarquista, nos séculos XIX e XX.

As duas atividades serão realizadas no Centro de Cultura Social e terão início as 16h. A entrada é gratuita.

No dia 27 de maio Federico Ferretti realizou na Universidade de São Paulo uma palestra intitulada A Nova Geografia Universal: Globalização e Crítica do Ocidente nas redes de Élisée Reclus que pode ser assistida na integra em:

VELHAS VOZES LIBERTÁRIAS: Homenagem aos antigos militantes do CCS

SÁBADO agora, dia 25/05, as 16 horas, dando continuidade ao Ciclo de Debates de 80 Anos do Centro de Cultura Social, acontecerá uma homenagem aos antigos militantes.

VELHAS VOZES LIBERTÁRIAS: Homenagem aos antigos militantes do CCS

Exibição de entrevistas, videos e fotos com Jaime Cubero, Chico Cuberos, Antonio Martinez, Diego Gimenez, Carlo Aldegheri, Virgilio Dall’Oca, entre outros.

Cartaz Velhas Vozes CCSDebate por Marcolino Jeremias (Nelca/CCS) e Miquelina (CCS).

ENTRADA FRANCA !!!
TODOS ESTÃO CONVIDADOS !!!

Sábado, 25/05, às 16h

Local: Centro de Cultura Social
Rua General Jardim, 253 Sala 22
Vila Buarque São Paulo – SP
Próximo ao metrô Republica

O cartaz com a programação completa está aqui:
http://www.ccssp.org/ccs/images/stories/cartaz80.jpg

Para saber mais: http://www.ccssp.org/ccs/

Reportagem do movimento revolucionário em Barcelona

Sinopse:

Este documentário é considerado como o primeiro rodado durante a Revolução Espanhola. Sua filmagem realizada nas ruas de Barcelona entre o dia 19 e o 24 de julho de 1936 e sua produção esteve a cargo da recém criada “Oficina de Información y Propaganda” da CNT. As tomadas foram rodadas por Ricardo Alonso e a direção e comentários foram realizadas pelo jornalista e crítico cinematográfico Mateo Santos, diretor da revista Film Popular e que havia tido sua primeira experiência cinematográfica em 1934 com o documentário “Estampas de España”. Posteriormente seria delegado do Gabinete de Cinema do Conselho de Aragón.

Seu tom exaltado e suas duras imagens causaram impacto nas classes burguesas da Espanha e Europa e foi utilizado pelos fascistas espanhóis e pelas forças reacionárias europeias como contrapropaganda para mostrar a suposta selvageria da República: o Governo da República impotente ante a barbárie vermelha. A própria identidade do filme sofreria todo tipo de distorções e fragmentos dele seriam incorporados a filmes propagandísticos dos sublevados, como Espanha Heróica (1938).

Porém, é um documento histórico de como um povo vai para as ruas para se defender de uma rebelião militar que quer faze-la ficar ainda mais na miséria, ao mesmo tempo que extravasava seu ódio contra seus cúmplices, uma igreja ultrarreacionária aliada desde sempre na Espanha com os exploradores. Se trata de um filme cujo conjunto apresenta um discurso coerente que assimila o entusiasmo da vitória sobre a sublevação fascista e uma virulenta tomada de posição contra os rebeldes para a normalização e reorganização da vida cotidiana de Barcelona.

Podemos ver, na continuação, concentrações para preparar a saída de combatentes desde a frente de Aragón; desfiles de artilharia, ônibus, meios de transporte improvisados de milicianos que uma multidão de barceloneses se despedem lotando as ruas; a liberação dos presos da prisão Modelo. Para, terminar, a câmera, instalada sobre um caminhão, realiza uma breve volta pela cidade mostrando edifícios desde os que tinha iniciado, sob o controle dos sindicatos dos trabalhadores, até a reorganização e reconstrução da normal atividade de Barcelona.

A ideia difundida que se tem da “Reportagem do movimento revolucionário em Barcelona” como uma obra “furiosa e inaceitável” nasce dos fragmentos que aludem a queima de igrejas e as imagens que mostram a entrada principal do convento das salesianas, com suas múmias expostas ao público, embora sejam mais reveladoras e sugestivas as imagens que remetem a comemoração da vitória e ao entusiasmo de se sentirem protagonistas na reorganização da vida cotidiana.

Apesar de tudo, provavelmente seja certo o que disse o historiador e crítico cinematográfico franquista Carlos Fernández Cuenca, criador e primeiro diretor (1953-1970) da Filmoteca Española: “O deplorável espetáculo contribuiria não pouco para frear a ajuda militar da França para a República Espanhola, que nessas imagens lhe tirava a máscara”.

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Agradecemos a todos que participaram do projeto “Legendando os filmes da Revolução Espanhola” trabalhando na criação do texto de legenda para o filme. O projeto continua, aquelas e aqueles que quiserem mais informações acessem:
http://bibliotecaterralivre.noblogs.org/projeto-legendando-os-filmes-da-revolucao-espanhola/