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Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo

FESTIVAL2Nos dias 13 a 15 de dezembro irá acontecer o Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo, na Rua Dr. Almeida Lima, 434, bairro do Brás. O festival já está em sua segunda edição e contará com diversos filmes, curtas e debates. Dentre sua extensa programação, a Biblioteca Terra Livre participará no dia 14/12 com algumas apresentações, dentre elas o curta “Bibliotecas em Espaços Autônomos” as 14h00, onde conta um pouco sobre nossa experiência na construção tanto de um espaço autogerido quanto de seus aspectos educativos e políticos.

No mesmo dia 14/12, exibiremos o o filme “Barcelona trabalha para o front” na sessão de filmes e debates “Guerra Civil Espanhola” as 14h20. A tradução das legendas do filme é fruto do projeto de trabalho colaborativo da Biblioteca, “Legendando os filmes da Revolução Espanhola (1936-1939)“. E as 18h00, a Biblioteca Terra Livre participará da sessão debate “Manifestações no Brasil”, apresentando o curta metragem “Anarcovândalos em Townsville”. O curta é uma “sátira anarquista à mídia burguesa e ao oportunismo de vanguarda”. Logo após a exibição dos curtas, participaremos do debate sobre as manifestações com o coletivo Ativismo ABC e a Rede Extremo Sul.

A programação do Festival está repleta de debates e filmes muito interessantes e importantes para a discussão e construção de outras formas de vivência e organização. Nós da Biblioteca Terra Livre parabenizamos os organizadores e organizadoras do evento e esperamos as próximas edições do evento, assim como incentivamos a iniciativa de novas atividades, eventos e debates onde o anarquismo possa ser discutido, debatido e, acima de tudo, praticado!

Veja a programação completa aqui.

Nos vemos no II Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo!!!

Comemoração dos 77 anos da Revolução Espanhola

Hoje, 19 de Julho, recordamos os dias de sangue, suor e barricadas que marcaram a história das lutas sociais pela liberdade, travadas na península ibérica, entre os anos de 1936/1939. Se por um lado recordamos esta data como um momento simbólico no processo revolucionário – entendendo que as bases da sociedade anarquistas já estavam sendo criadas desde a AIT (Associação Internacional dos Trabalhadores) em sua seção espanhola – lembramos também que foi a partir desta data que passou a ser praticada de forma ampla e social a autogestão da produção e distribuição de alimentos; do transporte; da comunicação e a coletivização das terras e fábricas.

Como forma de resgatar estes elementos que estavam presentes na Revolução Espanhola disponibilizaremos, em nossa página, ao longo dos próximos dias, filmes que contam a história dos dias de Revolução, seus pressupostos e de suas consequências.

O primeiro filme disponibilizado é Reportagem do movimento revolucionário em Barcelona (1936). O filme é considerado o primeiro documentário realizado pela “Oficina de Información y Propaganda” da CNT, teve suas gravações realizadas entre os dias 19 e o 24 de julho de 1936 e apresenta os primeiros dias do processo revolucionário ocorrido em terras espanholas. A legenda inédita foi criada a partir de um trabalho coletivo desenvolvido pelo Projeto Legendando os filmes da Revolução Espanhola.

Os próximos filmes a serem disponibilizados serão:

Ajuda a Madrid! (1936)*
O tributo das massas a Buenaventura Durruti (1936)*
Viver a utopia (1997)
Indomáveis, uma história de Mulheres Livres (2011)*
Morrer em Madrid (1962)*

* Legendas inéditas realizadas pela Biblioteca Terra Livre

Reportagem do movimento revolucionário em Barcelona

Sinopse:

Este documentário é considerado como o primeiro rodado durante a Revolução Espanhola. Sua filmagem realizada nas ruas de Barcelona entre o dia 19 e o 24 de julho de 1936 e sua produção esteve a cargo da recém criada “Oficina de Información y Propaganda” da CNT. As tomadas foram rodadas por Ricardo Alonso e a direção e comentários foram realizadas pelo jornalista e crítico cinematográfico Mateo Santos, diretor da revista Film Popular e que havia tido sua primeira experiência cinematográfica em 1934 com o documentário “Estampas de España”. Posteriormente seria delegado do Gabinete de Cinema do Conselho de Aragón.

Seu tom exaltado e suas duras imagens causaram impacto nas classes burguesas da Espanha e Europa e foi utilizado pelos fascistas espanhóis e pelas forças reacionárias europeias como contrapropaganda para mostrar a suposta selvageria da República: o Governo da República impotente ante a barbárie vermelha. A própria identidade do filme sofreria todo tipo de distorções e fragmentos dele seriam incorporados a filmes propagandísticos dos sublevados, como Espanha Heróica (1938).

Porém, é um documento histórico de como um povo vai para as ruas para se defender de uma rebelião militar que quer faze-la ficar ainda mais na miséria, ao mesmo tempo que extravasava seu ódio contra seus cúmplices, uma igreja ultrarreacionária aliada desde sempre na Espanha com os exploradores. Se trata de um filme cujo conjunto apresenta um discurso coerente que assimila o entusiasmo da vitória sobre a sublevação fascista e uma virulenta tomada de posição contra os rebeldes para a normalização e reorganização da vida cotidiana de Barcelona.

Podemos ver, na continuação, concentrações para preparar a saída de combatentes desde a frente de Aragón; desfiles de artilharia, ônibus, meios de transporte improvisados de milicianos que uma multidão de barceloneses se despedem lotando as ruas; a liberação dos presos da prisão Modelo. Para, terminar, a câmera, instalada sobre um caminhão, realiza uma breve volta pela cidade mostrando edifícios desde os que tinha iniciado, sob o controle dos sindicatos dos trabalhadores, até a reorganização e reconstrução da normal atividade de Barcelona.

A ideia difundida que se tem da “Reportagem do movimento revolucionário em Barcelona” como uma obra “furiosa e inaceitável” nasce dos fragmentos que aludem a queima de igrejas e as imagens que mostram a entrada principal do convento das salesianas, com suas múmias expostas ao público, embora sejam mais reveladoras e sugestivas as imagens que remetem a comemoração da vitória e ao entusiasmo de se sentirem protagonistas na reorganização da vida cotidiana.

Apesar de tudo, provavelmente seja certo o que disse o historiador e crítico cinematográfico franquista Carlos Fernández Cuenca, criador e primeiro diretor (1953-1970) da Filmoteca Española: “O deplorável espetáculo contribuiria não pouco para frear a ajuda militar da França para a República Espanhola, que nessas imagens lhe tirava a máscara”.

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Agradecemos a todos que participaram do projeto “Legendando os filmes da Revolução Espanhola” trabalhando na criação do texto de legenda para o filme. O projeto continua, aquelas e aqueles que quiserem mais informações acessem:
http://bibliotecaterralivre.noblogs.org/projeto-legendando-os-filmes-da-revolucao-espanhola/

Legendando os filmes da Revolução Espanhola

Entre os anos de 1936 e 1939 algumas regiões da Espanha vivenciaram uma experiência única na história da sociedade moderna. Pela primeira vez o projeto libertário de autogestão econômica era posto em prática com a coletivização das terras e das fábricas. A autogestão social foi além, as frentes sindicais passaram a gerir os transportes e as produções audiovisuais.

Compreendendo a importância do cinema para a propaganda e difusão da revolução, o Sindicato da Indústria do Espetáculo da CNT passou a realizar uma intensa produção de filmes e documentários. Este material que já foi em sua maior parte recuperado ainda permanece inacessível ao público que não domina o idioma espanhol.
Com o intuito de transpor esta barreira linguística e recuperar de forma mais concreta o que foi a Revolução Espanhola estamos convidando as interessadas e os interessados a nos auxiliar no processo de criação das legendas para alguns destes filmes.
Nossa intenção é ter, para o dia 19 de Julho, data que marca o inicio da Revolução Espanhola, uma vasta quantidade de materiais para projetar, debater e difundir.
Atualmente a página Cine Anarquista tem disponibilizado os filmes produzidos pela CNT em uma excelente qualidade. Nossa intensão é legendar a maior quantidades de filmes possíveis.
Se você tem interesse em tomar parte deste projeto entre em contato conosco, pelo email bibliotecaterralivre(a)gmail.com, para que possamos coordenar os trabalhos e difundir a história e as práticas anarquistas.

75 anos da morte de Durruti

No dia 20 de novembro de 1936 um corpo cai nas ruas de Madrid. O tiro que rasgava o peito daquele homem colocava fim a vida de um combatente da liberdade. Buenaventura Durruti morria carregando consigo o sonho de um mundo livre!
Em 19 de julho do mesmo ano, Durruti estava junto aos milhares de revolucionários espanhóis que lutaram por um ideal e escreveram umas das páginas mais bonitas da história do mundo moderno.
Lembramos neste dia sua morte e carregamos em nossos peitos o mesmo ideal.

Já se organizaram em coletivos? Não esperem mais. Ocupem as terras! Organizem-se de forma que não haja chefes nem parasitas entre vocês. Se não o fizerem, é inútil que continuemos avançando. Precisamos criar um mundo novo, diferente do que estamos destruindo.
—Buenaventura Durruti

Levamos um mundo novo em nossos corações: esse mundo está crescendo neste instante.
—Buenaventura Durruti

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Não deixe de participar da RIFA DURRUTI, serão sorteados dois livros sobre Durruti publicados pela Fundacíon Anselmo Lorenzo (Espanha); um cartaz , um adesivo e um jornal da CNT.
Para saber mais clique no cartaz.