Tag Archives: Kropotkin

Antinomia #49: A volta dos manicômios?

A notícia de que o Ministério da Saúde pretende revogar uma série de portarias que estruturam a política de saúde mental no país pegou trabalhadores da saúde e militantes de surpresa. Se por um lado vemos as barbaridades governamentais e temos a percepção de que o governo segue extrapolando os limites e expondo permanentemente sua faceta mais conservadora, reacionária e violenta, por outro surge a pergunta, se as propostas apresentadas pelo governo significam o retorno dos manicômios no país? Neste episódio recebemos Wander Wilson para refletir sobre os rumos da saúde mental no Brasil e os horizontes apontados por anarquistas. Vem com a gente!

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Leituras Libertárias #17: Aos Jovens de Piotr Kropotkin

Olá a todas pessoas ouvintes do Antinomia, sejam mais uma vez bem vindas ao Leituras Libertárias, projeto que busca compartilhar fragmentos de textos sobre a história, teorias e práticas do anarquismo. Hoje nós vamos fazer a leitura de um trecho do panfleto “Aos Jovens“, de Piotr Kropotkin, publicado inicialmente no jornal Le Revolté e posteriormente no livro Palavras de um Revoltado, obra organizada por Élisée Reclus. A tradução brasileira é de Plínio Augusto Coelho. Boa Leitura!

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Leituras Libertárias #5: Uma carta de Kropotkin

Olá a todas e todos ouvintes do Antinomia! No Leituras Libertárias de hoje trazemos uma carta de Piotr Kropotkin destinada ao pedagogo e anarquista Francisco Ferrer y Guardia. Nesta carta Kropotkin analisa o papel da escola e quais deveriam ser as transformações operadas dentro desta para que a educação se tornasse verdadeiramente livre e em prol da sociedade. Este texto foi publicado no livro Escritos sobre Educação e Geografia, publicado pela Biblioteca Terra Livre. Vamos?!

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Chegada de Kropotkin a Rússia

A presença de Kropotkin na Rússia revolucionária mobilizou o interesse dos mais distintos militantes e correntes políticas. Se até mesmo Lênin fez questão de conhecer o célebre geógrafo anarquista, os militantes anarquistas russos e ucranianos também se prontificaram a conhecer o sábio revolucionário.

É Archinov quem aponta em seu livro História do movimento makhnovista (a insurreição dos camponeses da Ucrânia) a compreensão que Kropotkin tinha daqueles que estavam combatendo em prol do anarquismo dentro da Revolução Russa. Archinov afirma:

“Com grande espanto nosso, a maior parte dos anarquistas russos contemporâneos, pretendendo ter um papel preponderante no domínio da ideia anarquista não souberam distinguir os aspectos notáveis da personalidade de Makhno. Muitos deles viam-no julgavam-no através das lentes bolchevistas, fundando-se nos dados oficiais ou prendendo-se com pormenores. Piotr Kropotkin formava uma exceção brilhante nesta maneira de ver. “Dizei da minha parte ao camarada Makhno que tome cautela consigo próprio, porque há poucos homens como ele na Rússia.”1 Estas palavras foram ditas por Kropotkin no mês de Junho de 1919, isto é, num momento em que na Rússia Central não se sabia a respeito de Makhno senão o que constava das deturpadas informações oficiais. A uma grande distância e baseando-se só em fatos isolados, a vista inspirada e perspicaz de Kropotkin tinha descoberto em Makhno uma personagem de uma ação histórica de grande envergadura.”

Se por um lado Archinov relata a importância que Makhno tinha para a Revolução Russa, por outro, é o próprio Makhno que narra em seu livro A revolução russa na Ucrânia (março 1917 – abril 1918) como ocorreu a chegada de Kropotkin na Rússia. O texto de Makhno se encontra disponível em :

Chegada de P A. Kropotkin a Rússia — Encontro com os anarquistas de Ekaterinoslav, por Nestor Makhno

Nota:

1Necessariamente estas palavras de Kropotkin eram um conselho ao camarada Makhno para se resguardar não só fisicamente, mas também moral e revolucionariamente.

Kropotkin e a Revolução Russa

Pavel Milyukov e Piotr Kropotkin

Kropotkin e a Revolução Russa, por Mauricio Tragtenberg¹

Após longo exílio no exterior, Kropotkin regressou à Rússia sendo que os primeiros anos da revolução coincidiram com os seus últimos anos de vida. Participou de inúmeros projetos cooperativistas não-estatais e anteviu e criticou a hegemonia que futuramente teriam no Partido Comunista as tendências inquisitórias. Porém, rejeitava liminarmente que tais temas fossem motivos de campanhas anti-soviéticas.

Entre 8 e 10 de maio de 1919, Kropotkin teve uma entrevista com Lênin na casa de Vladimir Bonch-Bruyevich, destacado militante do Partido Comunista russo. O interesse dessa entrevista está no contraste entre as opiniões dos dois interlocutores. Nesse momento, Kropotkin parece acreditar que o regime soviético é verdadeiramente socialista e revolucionário e pode levar a uma série de conquistas populares, apesar dos desvios e corrupções que ele então denuncia a Lênin.

I. Encontro com Lênin, por Vladimir Bonch-Bruyevich.

II. Carta a Lênin – 4 de março de 1920.

III. Carta a Lênin – 21 de dezembro de 1920.

IV. Carta a Georg Brandes.

V. Carta aos trabalhadores da Europa Ocidental – 10 de junho de 1920.

[1] TRAGTENBERG, Maurício. Kropotkin: textos escolhidos. Porto Alegre: L&PM editores, 1987.