A presença de Kropotkin na Rússia revolucionária mobilizou o interesse dos mais distintos militantes e correntes políticas. Se até mesmo Lênin fez questão de conhecer o célebre geógrafo anarquista, os militantes anarquistas russos e ucranianos também se prontificaram a conhecer o sábio revolucionário.
É Archinov quem aponta em seu livro História do movimento makhnovista (a insurreição dos camponeses da Ucrânia) a compreensão que Kropotkin tinha daqueles que estavam combatendo em prol do anarquismo dentro da Revolução Russa. Archinov afirma:
“Com grande espanto nosso, a maior parte dos anarquistas russos contemporâneos, pretendendo ter um papel preponderante no domínio da ideia anarquista não souberam distinguir os aspectos notáveis da personalidade de Makhno. Muitos deles viam-no julgavam-no através das lentes bolchevistas, fundando-se nos dados oficiais ou prendendo-se com pormenores. Piotr Kropotkin formava uma exceção brilhante nesta maneira de ver. “Dizei da minha parte ao camarada Makhno que tome cautela consigo próprio, porque há poucos homens como ele na Rússia.” Estas palavras foram ditas por Kropotkin no mês de Junho de 1919, isto é, num momento em que na Rússia Central não se sabia a respeito de Makhno senão o que constava das deturpadas informações oficiais. A uma grande distância e baseando-se só em fatos isolados, a vista inspirada e perspicaz de Kropotkin tinha descoberto em Makhno uma personagem de uma ação histórica de grande envergadura.”
Se por um lado Archinov relata a importância que Makhno tinha para a Revolução Russa, por outro, é o próprio Makhno que narra em seu livro A revolução russa na Ucrânia (março 1917 – abril 1918) como ocorreu a chegada de Kropotkin na Rússia. O texto de Makhno se encontra disponível em :
Chegada de P A. Kropotkin a Rússia — Encontro com os anarquistas de Ekaterinoslav, por Nestor Makhno
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