Primeiro curta realizado pelo GECA, no ano de 2014, exibido no III Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo.
Iniciado no segundo semestre, o processo começou pelo questionamento da apropriação do espaço (urbano) pelas diferentes classes sociais, a partir de um debate sobre o rolêzinho de sexo realizado por jovens que foi reprimido pela escola que eles frequentavam.
Suscitadas essas questões, uma integrante do grupo apresentou o conto “Grafite”, de Julio Cortázar, e por algumas semanas ficamos escrevendo ideias e esboços até chegarmos a um roteiro.
Passamos para a fase de planejamento das gravações – depois de decidirmos que a maior parte do vídeo seria gravado, com pessoas, e não baseado na manipulação de imagens virtualmente -, pedimos para que amigos atuassem, pegamos emprestados equipamentos de membros do grupo que eram inseridos profissionalmente no meio audiovisual e tinham acesso facilitado a essa tecnologia, havia um microfone da Biblioteca Terra Livre, quer dizer, típica produção de baixo orçamento. Fomos dividindo tarefas, lembrando do modo de produzir do Cinema do Povo, que havíamos estudado no primeiro semestre, enfim…
As dificuldades que surgiram ao longo do processo foram várias, como a troca de ator depois de já se ter gravado muitas cenas, correr contra o tempo para editar o vídeo, não conseguirmos editá-lo em software livre como idealizamos, apesar de já termos adquirido, em partes, esse conhecimento e inclusive desejando incrementá-lo para os próximos trabalhos, etc.
Propriamente sobre o curta então, trata-se desse cara de classe média que está frustrado com sua situação atual e resolve pixar para tentar dar um pouco de vida à sua rotina talvez. A exibição no Festival do Filme, lugar que é justamente criado para que se fomentem as produções anarquistas e punks e ampliar seu debate público, foi bastante gratificante e conseguimos distribuir o material para um número de pessoas limitado sim, mas potente!, com um debate bem bacana e interpretações diversas.
Podemos trocar mais dessa experiência em eventos públicos (que em breve retomaremos) e também estamos à disposição para responder mensagens. Por ora, disponibilizamos o curta na internet para que possa chegar a um número maior de pessoas e que seja re-assistido e repensado, criticado e construído junto com a gente, porque esse ano tem mais produção autônoma vindo aí!
Vida longa ao GECA!