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As Mulheres na Greve Geral de 1917

DEBATE: As Mulheres na Greve Geral de 1917

As mulheres tiveram uma intensa participação na construção e resistência durante a Greve Geral de 1917, para resgatar estas histórias, a historiadora Samanta Colhado e a artista Fernanda Grigolin realizarão um debate sobre estas mulheres no Centro de Cultura Social – SP, na próxima terça feira, dia 25.

O movimento paredista foi iniciado pelas tecelãs do Cotonifício Crespi em maio de 1917 e posteriormente tomou proporções inimagináveis para a época. As debatedoras também apresentarão a história das mulheres anarquistas e algumas de suas principais militantes, buscando também compreender o apagamento e o silenciamento das mulheres ao longo da história.

Essa é mais uma atividade promovida pelo Grupo de Estudos Greve Geral de 1917, ocorrido na Biblioteca Terra Livre e que integra um ciclo de atividades de difusão e pesquisa sobre o tema do Centenário da Greve Geral de 1917.

Sobre as debatedoras:

Fernanda Grigolin, artista, editora, pesquisadora-doutoranda em Artes Visuais na Unicamp. Atua há 15 anos com publicações, entre produção, edição e circulação. Realiza os projetos Tenda de Livros, Jornal de Borda e Arquivo 17.

Samanta Colhado Mendes, licenciada, bacharel e mestre em história pela Unesp-Franca. Dissertação de mestrado: As mulheres anarquistas na cidade de São Paulo (1889-1930). Atualmente, é professora de história na rede municipal de ensino de São Paulo e tutora no Claretiano (Centro Universitário).

TERÇA, 25/07, 19h no Centro de Cultura Social – SP.

Endereço: Rua General Jardim, 253 – Sala 22, São Paulo/SP.

Confirme sua presença em: https://www.facebook.com/events/249411602239519

OFICINA: Greve Geral de 1917 – Imagens e Representações do Anarquismo

No próximo domingo, dia 16, a Biblioteca Terra Livre promove a Oficina Greve Geral de 1917 – Imagens e Representações do Anarquismo no Centro de Cultura Social.

A atividade sobre a Greve Geral de 1917 se utilizará de imagens (fotos, caricaturas, charges, cartazes, etc) como material de apoio, a partir da Exposição sobre a Greve Geral de 1917 em cartaz no Centro de Cultura Social. A oficina pretende recontar o processo da Greve e as representações em disputa sobre este fato histórico da classe trabalhadora.

Este trabalho é resultado de pesquisas do Grupo de Estudos Greve Geral de 1917, ocorrido na Biblioteca Terra Livre.

DOMINGO, 16/07, 16h

Centro de Cultura Social (CCS/SP)

Rua General Jardim, 253 – Sala 22, São Paulo/SP.

Confirme sua presença em: https://www.facebook.com/events/1580898818620974/

Breve relato do Grupo de Estudos: Greve Geral de 1917

Na última terça-feira, dia 13 de junho, concluímos o ciclo de 4 encontros do Grupo de Estudos: Greve Geral de 1917 na Biblioteca Terra Livre. A experiência de auto-formação e educação libertária foi construída coletivamente com uma série de pessoas interessadas, por diferentes motivos e pontos de vista, em compreender a organização das pessoas trabalhadoras no início do século XX em São Paulo.

Em breve teremos novidades sobre os desdobramentos do Grupo que se comprometeu a socializar da melhor maneira possível os construtivos debates que fizemos ao longo de um mês inteiro. Teremos atividades públicas, produção de textos, imagens, quadrinhos e, se tudo correr bem, de um livro sobre a perspectiva anarquista da Greve.

E como anunciava a manchete nas páginas de A Plebe em 23/06/1917: “À CAMORRA BURGUESA. NÃO TARDARÁ A VINDITA DA PLEBE“.

Chegada de Kropotkin a Rússia

A presença de Kropotkin na Rússia revolucionária mobilizou o interesse dos mais distintos militantes e correntes políticas. Se até mesmo Lênin fez questão de conhecer o célebre geógrafo anarquista, os militantes anarquistas russos e ucranianos também se prontificaram a conhecer o sábio revolucionário.

É Archinov quem aponta em seu livro História do movimento makhnovista (a insurreição dos camponeses da Ucrânia) a compreensão que Kropotkin tinha daqueles que estavam combatendo em prol do anarquismo dentro da Revolução Russa. Archinov afirma:

“Com grande espanto nosso, a maior parte dos anarquistas russos contemporâneos, pretendendo ter um papel preponderante no domínio da ideia anarquista não souberam distinguir os aspectos notáveis da personalidade de Makhno. Muitos deles viam-no julgavam-no através das lentes bolchevistas, fundando-se nos dados oficiais ou prendendo-se com pormenores. Piotr Kropotkin formava uma exceção brilhante nesta maneira de ver. “Dizei da minha parte ao camarada Makhno que tome cautela consigo próprio, porque há poucos homens como ele na Rússia.”1 Estas palavras foram ditas por Kropotkin no mês de Junho de 1919, isto é, num momento em que na Rússia Central não se sabia a respeito de Makhno senão o que constava das deturpadas informações oficiais. A uma grande distância e baseando-se só em fatos isolados, a vista inspirada e perspicaz de Kropotkin tinha descoberto em Makhno uma personagem de uma ação histórica de grande envergadura.”

Se por um lado Archinov relata a importância que Makhno tinha para a Revolução Russa, por outro, é o próprio Makhno que narra em seu livro A revolução russa na Ucrânia (março 1917 – abril 1918) como ocorreu a chegada de Kropotkin na Rússia. O texto de Makhno se encontra disponível em :

Chegada de P A. Kropotkin a Rússia — Encontro com os anarquistas de Ekaterinoslav, por Nestor Makhno

Nota:

1Necessariamente estas palavras de Kropotkin eram um conselho ao camarada Makhno para se resguardar não só fisicamente, mas também moral e revolucionariamente.

Kropotkin e a Revolução Russa

Pavel Milyukov e Piotr Kropotkin

Kropotkin e a Revolução Russa, por Mauricio Tragtenberg¹

Após longo exílio no exterior, Kropotkin regressou à Rússia sendo que os primeiros anos da revolução coincidiram com os seus últimos anos de vida. Participou de inúmeros projetos cooperativistas não-estatais e anteviu e criticou a hegemonia que futuramente teriam no Partido Comunista as tendências inquisitórias. Porém, rejeitava liminarmente que tais temas fossem motivos de campanhas anti-soviéticas.

Entre 8 e 10 de maio de 1919, Kropotkin teve uma entrevista com Lênin na casa de Vladimir Bonch-Bruyevich, destacado militante do Partido Comunista russo. O interesse dessa entrevista está no contraste entre as opiniões dos dois interlocutores. Nesse momento, Kropotkin parece acreditar que o regime soviético é verdadeiramente socialista e revolucionário e pode levar a uma série de conquistas populares, apesar dos desvios e corrupções que ele então denuncia a Lênin.

I. Encontro com Lênin, por Vladimir Bonch-Bruyevich.

II. Carta a Lênin – 4 de março de 1920.

III. Carta a Lênin – 21 de dezembro de 1920.

IV. Carta a Georg Brandes.

V. Carta aos trabalhadores da Europa Ocidental – 10 de junho de 1920.

[1] TRAGTENBERG, Maurício. Kropotkin: textos escolhidos. Porto Alegre: L&PM editores, 1987.