Category Archives: Uncategorized

Documentário: A Internacional (2000)

Dando continuidade aos trabalhos de divulgação da história do movimento operário e anarquista, a Biblioteca Terra Livre, em parceria com Giovanni Torelli, disponibilizam o filme A Internacional de Peter Miller, legendado pela primeira vez em português. A parceria é fruto do chamado de apoio feito pela Biblioteca a todas as pessoas interessadas. Se quiser saber como contribuir com o projeto de alguma forma acesse o link: Quero Apoiar 

Sinopse:

O documentário “A Internacional” apresenta a história da canção homônima, escrita por Eugène Pottier em 1871, que se tornou a partir daquele momento tema da classe trabalhadora. O filme aborda as diferentes apropriações históricas que ocorreram ao longo do tempo, destacando momentos como a Revolução Russa e a Revolução Espanhola, bem como sua importância nas lutas sociais em diferentes partes do mundo.

O filme foi dirigido por Peter Miller, que também realizou um documentário sobre a história dos anarquistas Sacco e Vanzetti (2006).

Legenda inéditas: @giovanni_torelli

Quero Apoiar!

Apoiando a manutenção e ampliação dos projetos da Biblioteca Terra Livre

A Biblioteca Terra Livre desde outubro de 2010 aluga uma sala de 15m², em uma região próxima ao centro da cidade de São Paulo e tem como necessidade principal e primária arcar com os custos do aluguel do espaço e das contas (água, luz e internet) que, como todos bem sabem, chegam mensalmente. Assim necessitamos mensalmente de dinheiro para manter o espaço funcionando.

Dinheiro é uma merda! Mas existe e para que a Biblioteca possa se manter em um espaço autônomo e seguro necessitamos pagar aluguel.

Assim cada pouquinho ajuda a gente! Agradecemos a todas pessoas que faz doações mensais ou esporádicas, estas doações persistentes ajudam a diminuir nossas correrias para pagar as contas no final de cada mês e nos permitem trabalhar em outros tantos projetos que temos vontade de desenvolver pela Biblioteca em prol do anarquismo!

Para saber as formas de nos apoiar, acesse: https://bibliotecaterralivre.noblogs.org/quero-apoiar/

 

Conto: Uma invasão sem precedentes, de Jack London

O conto que segue foi publicado em julho de 1910. O contexto global era muito distinto daquele conhecido hoje. O uso de agentes químicos nas Guerras iriam começar a ser vistos ao longo da Primeira Guerra Mundial. O texto que segue, escrito no calor de uma sociedade em combustão, problematiza temas que hoje, nós, 110 anos depois, ainda nos deparamos.

Confira dois excertos do texto:

“FOI NO ANO DE 1976 que o conflito entre o mundo e a China atingiu o seu ponto culminante. Foi por esse motivo que a comemoração do Bicentenário da Independência Americana foi adiada. Pela mesma razão, muitos outros planos das nações do planeta ficaram enredados e tiveram de ser protelados. O mundo notou bruscamente do perigo que corria, apesar de, durante mais de setenta anos, sem que ninguém disso notasse, as coisas tivessem caminhado nessa direção.”

[…]

“Mas a velha Guerra havia caído no ridículo. Nada restava dela a não ser as operações de patrulhamento. A China rira da guerra e havia sido por ela atingida, embora sob a forma de guerra ultramoderna do século XX, a guerra do cientista e do laboratório, a guerra, em suma, de Jacobus Laningdale. Os canhões de cem toneladas eram brinquedos comparados com os projéteis de microrganismos lançados dos laboratórios, verdadeiros mensageiros da morte, anjos destruidores que se passeavam vitoriosos pelo Império de um bilhão de almas.

Durante todo esse Verão e Outono de 1976, a China foi um inferno. Não havia maneira de escapar aos projéteis microscópicos, capazes de alcançar os esconderijos mais recônditos. Centenas de milhões de mortos permaneciam por sepultar, os micróbios multiplicavam-se e, perto do fim, milhões de pessoas morriam de fome diariamente. Por outro lado, a falta de alimento debilitava as vítimas e destruía as suas defesas naturais contra a doença. O canibalismo, o assassinato e a loucura reinavam por toda a parte. E foi assim que a China pereceu.”

O conto foi traduzido para o português em 2002 e publicado pela editora Antigona (Portugal) no livro Contos Fantásticos, de Jack London (esgotado). A seguir o texto na íntegra, adaptado por nós para o português brasileiro.

Jack London – Uma invasão sem precedentes

141 anos do nascimento de Albert Einstein. Cientista e Socialista. Por que o Socialismo?

No dia 14 de março de 1879, nascia Albert Einstein. Além de ser um brilhante cientista, o que muitas pessoas não sabem, e que foi apagado da história, era que Albert Einstein também foi socialista. Em 24 de fevereiro de 1923, visitando a cidade de Barcelona, Einstein conheceu a Confederación Nacional del Trabajo, famoso sindicato anarcossindicalista que protagonizou anos mais tarde a Revolução Social durante a guerra civil em 1936 à 1939. E além de escrever e elaborar a teoria da relatividade, Einstein também escreveu sobre o socialismo, e que disponibilizamos aqui o texto intitulado “Por que o socialismo?”, publicado na Monthly Review, maio de 1949.

* * *

Por uma questão de simplicidade, na discussão a seguir chamarei “trabalhadores” todos aqueles que não compartilham a propriedade dos meios de produção – embora isso não corresponda exatamente ao uso costumeiro do termo. O proprietário dos meios de produção está em posição de comprar a força de trabalho do trabalhador. Usando os meios de produção, o trabalhador produz novos bens que se tornam propriedade do capitalista. O ponto essencial sobre esse processo é a relação entre o que o trabalhador produz e o que é pago, ambos medidos em termos de valor real. Na medida em que o contrato de trabalho é “gratuito”, o que o trabalhador recebe é determinado não pelo valor real dos bens que produz, mas por suas necessidades mínimas e pelos requisitos capitalistas de força de trabalho em relação ao número de trabalhadores que competem por empregos. É importante entender que, mesmo em teoria, o pagamento do trabalhador não é determinado pelo valor do seu produto.

O capital privado tende a se concentrar em poucas mãos, em parte por causa da competição entre os capitalistas, e em parte porque o desenvolvimento tecnológico e a crescente divisão do trabalho incentivam a formação de unidades de produção maiores às custas das menores. O resultado desses desenvolvimentos é uma oligarquia do capital privado, cujo enorme poder não pode ser efetivamente verificado, nem mesmo por uma sociedade política organizada democraticamente. Isso é verdade, já que os membros dos órgãos legislativos são selecionados por partidos políticos, amplamente financiados ou influenciados por capitalistas privados que, para todos os efeitos práticos, separam o eleitorado do legislativo. A consequência é que os representantes do povo de fato não protegem suficientemente os interesses dos setores menos favorecidos da população. Além disso, nas condições existentes, os capitalistas privados controlam inevitavelmente, direta ou indiretamente, as principais fontes de informação (imprensa, rádio, educação). Portanto, é extremamente difícil, e de fato na maioria dos casos bastante impossível, para cada cidadão chegar a conclusões objetivas e fazer uso inteligente de seus direitos políticos.

A situação que prevalece em uma economia baseada na propriedade privada do capital é, portanto, caracterizada por dois princípios principais: primeiro, os meios de produção (capital) são de propriedade privada e os proprietários os descartam como bem entenderem; segundo, o contrato de trabalho é gratuito. Certamente, não existe uma sociedade capitalista pura nesse sentido. Em particular, deve-se notar que os trabalhadores, através de longas e amargas lutas políticas, conseguiram garantir uma forma um tanto melhorada do “contrato de trabalho livre” para certas categorias de trabalhadores. Mas, como um todo, a economia atual não difere muito do capitalismo “puro”.

A produção é realizada com fins lucrativos, não para uso. Não há previsão de que todos aqueles capazes e dispostos a trabalhar estarão sempre em posição de encontrar emprego; um “exército de desempregados” quase sempre existe. O trabalhador está constantemente com medo de perder o emprego. Como os trabalhadores desempregados e mal remunerados não fornecem um mercado lucrativo, a produção de bens de consumo é restrita e grandes consequências são a consequência. O progresso tecnológico frequentemente resulta em mais desemprego do que em uma diminuição do ônus do trabalho para todos. A motivação do lucro, em conjunto com a competição entre os capitalistas, é responsável por uma instabilidade na acumulação e utilização do capital, que leva a depressões cada vez mais graves. Concorrência ilimitada leva a um enorme desperdício de trabalho e a essa paralisação da consciência social dos indivíduos que mencionei antes.

Este aleijado de indivíduos considero o pior mal do capitalismo. Todo o nosso sistema educacional sofre com esse mal. Uma atitude competitiva exagerada é inculcada no aluno, que é treinado para adorar o sucesso aquisitivo como preparação para sua futura carreira.

Estou convencido de que há apenas uma maneira de eliminar esses graves males, nomeadamente através do estabelecimento de uma economia socialista, acompanhada por um sistema educacional que seria orientado para objetivos sociais.

Grupo de Estudos de História do Anarquismo – 13/02

O Grupo de Estudos de História do Anarquismo voltou! Dessa vez, vamos estudar a Internacional ou também conhecida como Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT). Para tanto, vamos debater o livro A Internacional de Benoît Malon, publicado pela editora Imaginário e IEL.

Se quiser participar do nosso encontro mande um e-mail para bibliotecaterralivre@gmail.com e se quiser adquirir o livro, mande uma mensagem para aquele que traduziu e editou essa obra, Plinio Augusto Coêlho, ou fale diretamente conosco.

Nosso encontro será 13/02, vem com a gente!