142 anos da Comuna de Paris

DSC03387142 anos atrás começava uma revolução social que entraria para a história com o nome de Comuna de Paris. Hoje, nós relembramos aquele episódio e muito mais do que enaltecer seus feitos e personagens, buscamos (re)construir possibilidades como aquela. Tentamos sempre compreender as causas e os fatos que envolveram aquele “assalto ao céu” em 1871. Muito se escreveu sobre o assunto, porém nós recomendamos a leitura do livro do companheiro Alexandre Samis, Negras Tormentas: o federalismo e o internacionalismo na Comuna de París, pois nele podemos visualizar os antecedentes que levaram à eclosão da Comuna e o papel primordial da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) nesse processo. Como parte desse esforço, em 2012, realizamos um mini-curso com o autor da referida obra e o interessante material utilizado encontra-se agora disponível para download.

Para esse ano preparamos duas surpresas para comemorar a Comuna de Paris:

A exibição do filme A Comuna de Peter Atkins, na íntegra, nesse domingo (24/03) a partir das 15 horas no CCS e o lançamento do video da música Les Temps de Cerises, interpretada por Ronald Creagh e Ordinaria Hit. Ronald Creagh esteve presente no Colóquio Internacional “Élisée Reclus e a Geografia do Novo Mundo” e na 2a. Feira Anarquista de São Paulo, oportunidade em que proferiu palestras e cantou canções revolucionárias. Essa música foi gravada em 2011 e faz parte do album beneficente à Biblioteca Terra Livre lançado em 2012. Les Temps de Cerises é uma canção totalmente identificada com a Comuna de Paris (veja aqui a letra).

Ordinaria Hit e Ronald CreaghLes Temps de Cerises

Homenagem a Élisée Reclus

Jean Jacques Élisée Reclus nasceu dia 15 de março de 1830 em Sainte-Foy-la-Grande, França. Hoje nós relembramos essa data, não somente para celebrar o homem, a figura que este grande geógrafo e anarquista foi, mas principalmente, para resgatarmos suas batalhas e ideias. Há pouco mais de 3 anos muito pouco se sabia sobre ele, pouco se lia de sua obra e quase nada se produzia.

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Mas militantes e cientistas contemporâneos trataram de reavivar a memória de acadêmicos e ativistas sociais. Nisso a Editora Imaginário teve um papel essencial ao publicar, pela primeira vez em português, muitos de seus escritos, lançados em uma linda coleção de livretos. O que deu nova vida ao nome do grande geógrafo e possibilitou o acesso amplo às pérolas escondidas nas empoeiradas e deterioradas edições esquecidas – ou abandonadas propositadamente – nas prateleiras das bibliotecas universitárias.

Mas nem todas bibliotecas são iguais. Uma nova luz foi lançada sobre o nome de Reclus: seus livros foram colocados em posição de destaque na estante da Biblioteca Terra Livre; suas obras foram lidas e relidas, muitas pela primeira vez; seu pensamento foi investigado em grupos de estudos; sua sabedoria e poesia foram socializadas através de atividades públicas e gratuitas, como palestras e colóquios.

DSC03607Élisée Reclus segue vivo e presente na Biblioteca Terra Livre para que as gerações futuras possam desfrutar de seu conhecimento.

Hoje, vemos com regozijo o nome desse “sábio rebelde” sendo citado e respeitado novamente. Suas idéias penetrantes sendo debatidas pela juventude. Sua geografia poética e sensível tendo que ser incluída nos programas de estudos de qualquer bom curso universitário.

 Hoje, comemoraremos as idéias, não a pessoa. Por isso, selecionamos alguns materiais especiais para disponibilização.

Agora está no ar o texto A Anarquia para livre difusão e o Prefácio escrito pelos editores brasileiros para o livro A evolução, a revolução e o ideal anarquista, lançado em 1904 e traduzido por Neno Vasco. Também disponibilzamos uma série de notícias curiosas publicadas no Correio Paulistano na dDSC03614écada de 1890 sobre a passagem de Reclus por São Paulo e seu envolvimento com o movimento anarquista.

Lembrando também que a Biblioteca Terra Livre publicou dois livros dedicados à Reclus: Escritos sobre Educação e Geografia (com textos também de Kropotkin) e Retratos de um Anarquista (em co-edição com a editora Negras Tormentas).

E concluimos com as palavras de seu amigo e também geógrafo anarquista, Kropotkin em suas memórias: ” Vários refugiados da Comuna de Paris se haviam unido à Federação [do Jura, AIT]. O grande geógrafo Élisée Reclus era um deles; tipo do verdadeiro puritado em seus costumes e do filósofo enciclopedista francês do século passado, por seu entendimento; homem capaz de inspirar os outros, mas não disposto a governa-los nem dirigi-los; anarquista cujo ideal é o resumo dum amplo e íntimos conhecimento das formas de vida da humanidade, sob todos os climas e em todos os períodos de ciovilização; que escreveu livros dignos de figurar ao lado dos mais importantes da época, com um estilo, uma formosura tal, que comove ao mesmo tempo o pensamento e a consciência”

Acervo de jornais operários e anarquistas digitalizados

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A Biblioteca Terra Livre busca em suas atividades realizar palestras, conferências, grupos de estudo, cineclubes, mini-cursos, colóquios e feiras com o objetivo de cada vez mais propagar o Ideal Anarquista.

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Outro objetivo da Biblioteca é também, inclusive, preservar a memória do movimento anarquista e apoiar pesquisas que tenham como objeto de estudo o Anarquismo. Por isso que neste site disponibilizamos e atualizamos continuamente a sessão de jornais operários e anarquistas.

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Nossa última atualização foi incluir 4 números do jornal “A Rebelião“. Neste jornal semanário colaborava Adelino de Pinho, João Penteado, Florentino de Carvalho, João Crispim e muitos outros. Esse jornal tinha como objetivo propagandear a ideia Socialista-Anarquista entre os trabalhadores, já que era escrito por trabalhadores para trabalhadores.

Os jornais aqui disponibilizados tem como finalidade colaborar, mesmo que humildemente, com as pesquisas que estão em curso e as que virão.

Memória é Luta!

Cineclube Terra Livre apresenta: Indomáveis – Uma história de Mulheres Livres. 09/03

Neste domingo, 9 de março, a Biblioteca Terra Livre irá exibir o documentário “Indomáveis, uma história de Mulheres Livres” no Centro de Cultura Social de São Paulo. Esta exibição faz parte das atividades realizadas pelo Cineclube Terra Livre, que a pós 2 anos de existência e 4 mostras bem sucedidas, mudará sua forma sem, entretanto, perder sua essência.

PhotobucketAntonia Fontanillas

As Mujeres Libres… aquilo foi, para mim, uma coisa, uma experiência que só foi possível por causa da Revolução, por causa do movimento. Acredito que se não tivesse ocorrido isto, não teria existido uma organização assim, de mulheres libertárias, com esse nome.

Em 2013 não realizaremos as mostras semestrais com exibições mensais de filmes. Decidimos propor somente exibições pontuais e temáticas, conectadas a algum fato, data ou personagem do anarquismo mundial, como já fizemos algumas vezes no passado.

Isso não significa o fim das mostras, mas sim uma avaliação de que seria importante buscarmos um espaço onde possamos hospedar o Cineclube Terra Livre, conectado diretamente ao cineclubismo e que possibilite atrair e conviver com amantes do cinema, e interessados pelas questões sociais e/ou pela estética/arte que os anarquistas propõem.

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Concha Liaño

Nós não estávamos de acordo com que as mulheres haviam se deixado submeter, porque não éramos contra os homens, o que queríamos era que os homens compreendessem que éramos seres humanos iguais a eles.

 

É neste contexto que o documentário sobre as Mulheres Livres será exibido. O filme aborda a história do que foi esse agrupamento de mulheres tão importante durante e depois da Revolução Espanhola de 1936, mostrando inclusive quais eram seus projetos, como viam a questão da relação mulher e homem, e muitas outras questões vinculando o passado e 0 presente.

Convidamos, então, a todas as pessoas prestigiarem a história desse grupo de mulheres anarquistas no CCS, Rua General Jardim, 253 – Sala 22, Próximo Metrô República – São Paulo. SÁBADO, dia 09/03, 18 horas. A entrada é gratuita.

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Pepita Carpeña

Nós realizamos a utopia; ela é possível e ninguém poderá nos contradizer.

 
 
 
 

* Para aqueles que desejam conhecer um pouco mais sobre as mulheres livres leia a dissertação de mestrado de Maria Clara Pivato Biajoli, “Narrar Utopias Vividas. Memória e Construção de Si nas Mujeres Libres da Espanha”, disponível aqui.

VIDEO-DEBATE: Es.Col.A (Porto) – Ocupação, Autogestão e Educação

Domingo, 10/03, realizaremos um bate-papo sobre a Es.Col.A da Fontinha, nacidade do Porto (Portugal), uma ocupação autogerida que mantinha um interessante projeto de educação libertária até sua desocupação pela polícia e pelo governo. A ocupação de uma escola pública, no bairro, pelo bairro e para o bairro da Fontinha (Porto, Portugal).

Exibiremos o documentário “Es.Col.A. – Espaço Colectivo Autogestionado”, realizado pelo colectivo Viva Filmes (2012, 26 min) sobre o cotidiano do projeto e a desocupação violenta pela polícia. Em seguida ocorrerá um debate sobre os aspectos pedagógicos e políticos da ocupação com a presença de ativistas do projeto.

DOMINGO, 10/03, 16h

Local: Sede do Tortura Nunca Mais
Rua Frei Caneca, n. 986 – São Paulo
Travessa da Av. Paulista, próximo ao metrô Consolação
Entrada Gratuita.