Domingão do dia das mães passou e depois de um dia debatendo política num lindo almoço familiar, ouvindo sobre o ato revolucionário que são os panelaços, discutindo o quão gato o pref é, calculando o quão possível é um milhão de verde-amarelistas na paulista e tantos outros assuntos divertidíssimos a Biblioteca Terra Livre surge com uma ótima notícia:
Autogestão pessoal, cada um leva o que quer/pode, de preferência vegetariana ou vegana!
O parque disponibiliza água potável, mas quem quiser leva um suquinho!
Pode levar cão, o bofe, a companheira ou a vó e o filho, a gente só pede pra não fazer uso das dorgas ilícitas (isso inclui umas biritas) perto do PicNic pra não nos trazer problemas!
Maria Lacerda de Moura (1887-1945) é uma das anarquistas brasileiras mais conhecidas e é muito citada, porém poucos leram de fato suas obras. O livro Renovação de 1919 hoje é uma raridade e poucos têm a acesso à obras antigas editadas no Brasil. Uma ótima solução é o esforço que algumas editoras libertárias e coletivos anarquistas vêm realizando para reeditar ou lançar em formato digital textos que são referência para nossa história. Dessa vez o Plebeu Gabinete de Leitura de Fortaleza/CE inovou e resolveu publicar o fac-símile de um livro importantíssimo como essa obra de Maria Lacerda. Trata-se de um de seus primeiros escritos, onde pode-se notar nitidamente seu amadurecimento político, rumo às idéias anarquistas que a tornariam famosa muitos anos depois. Saudamos com alegria esse livro e contamos com a presença de todas pessoas interessadas na vida e obra de Maria Lacerda de Moura.
A Biblioteca Terra Livre e o Plebeu Gabinete de Leitura convidam para o Lançamento do Livro:
RENOVAÇÃO (1919, edição fac-símile) da anarquista Maria Lacerda de Moura (1887-1945)
Haverá Exibição do documentário “Maria Lacerda de Moura – trajetória de uma rebelde” (de Miriam Moreira Leite e Ana Lucia Ferraz, 33 min., 2003).
Após, ocorrerá um debate sobre a referida obra em lançamento da escritora anarquista
14 de Maio, Quinta, 19h30
Centro de Cultura Social
Rua General Jardim, 253 – Sala 22 (Metrô República) – São Paulo
Contamos com mais de 3.000 livros em nosso acervo, além de jornais, revistas, zines, teses, material audiovisual e cartazes. Para organizar nossos livros realizamos ao longo dos anos diversos mutirões públicos utilizando uma base de dados online, o BAU. Infelizmente, devido a problemas técnicos, perdemos parte deste trabalho e voltamos quase a estaca zero nesse processo tão importante de tornar a Biblioteca mais acessível.
Para este ano colocamos como prioridade trabalhar com nosso acervo, porém dessa vez o processo é muito mais complicado e estabelecemos uma outra forma de organização que exige menos pessoas e mais concentração. Portanto decidimos trabalhar só com as/os integrantes do coletivo, para chegar a um resultado efetivo e definitivo.
Esperamos ter o quanto antes nosso material catalogado para que possamos abrir nossas portas!!!
Enquanto isso continuamos nos vendo nas atividades e na luta!
Primeiro curta realizado pelo GECA, no ano de 2014, exibido no III Festival do Filme Anarquista e Punk de São Paulo.
Iniciado no segundo semestre, o processo começou pelo questionamento da apropriação do espaço (urbano) pelas diferentes classes sociais, a partir de um debate sobre o rolêzinho de sexo realizado por jovens que foi reprimido pela escola que eles frequentavam.
Suscitadas essas questões, uma integrante do grupo apresentou o conto “Grafite”, de Julio Cortázar, e por algumas semanas ficamos escrevendo ideias e esboços até chegarmos a um roteiro.
Passamos para a fase de planejamento das gravações – depois de decidirmos que a maior parte do vídeo seria gravado, com pessoas, e não baseado na manipulação de imagens virtualmente -, pedimos para que amigos atuassem, pegamos emprestados equipamentos de membros do grupo que eram inseridos profissionalmente no meio audiovisual e tinham acesso facilitado a essa tecnologia, havia um microfone da Biblioteca Terra Livre, quer dizer, típica produção de baixo orçamento. Fomos dividindo tarefas, lembrando do modo de produzir do Cinema do Povo, que havíamos estudado no primeiro semestre, enfim…
As dificuldades que surgiram ao longo do processo foram várias, como a troca de ator depois de já se ter gravado muitas cenas, correr contra o tempo para editar o vídeo, não conseguirmos editá-lo em software livre como idealizamos, apesar de já termos adquirido, em partes, esse conhecimento e inclusive desejando incrementá-lo para os próximos trabalhos, etc.
Propriamente sobre o curta então, trata-se desse cara de classe média que está frustrado com sua situação atual e resolve pixar para tentar dar um pouco de vida à sua rotina talvez. A exibição no Festival do Filme, lugar que é justamente criado para que se fomentem as produções anarquistas e punks e ampliar seu debate público, foi bastante gratificante e conseguimos distribuir o material para um número de pessoas limitado sim, mas potente!, com um debate bem bacana e interpretações diversas.
Podemos trocar mais dessa experiência em eventos públicos (que em breve retomaremos) e também estamos à disposição para responder mensagens. Por ora, disponibilizamos o curta na internet para que possa chegar a um número maior de pessoas e que seja re-assistido e repensado, criticado e construído junto com a gente, porque esse ano tem mais produção autônoma vindo aí!
Em momentos de crise, a sociedade se questiona sobre seus rumos em busca de outros caminhos. Nesses momentos, os anarquistas estão presentes, na construção de uma alternativa social na qual as pessoas estejam no controle das suas próprias vidas, e não submetidas aos interesses do Estado e do Capital.
Isto pode ser observado na experiência da Grécia. Vivendo uma profunda crise econônomica há mais de cinco anos, os anarquistas gregos estão construindo organizações para suprir as necessidades do dia-a-dia, além de assembleias pautadas na democracia direta.
Com o objetivo de debater este tema, a Biblioteca Terra Livre, junto com o CCS-SP e o Ativismo ABC, organizam o ciclo de debates “Propostas e projetos anarquistas para uma sociedade em crise”. Nas atividades será exibido o curta “Isto é Atenas” (12 min.), legendado pela Biblioteca Terra Livre, seguido de debate com Antonis Vradis.
Antonis é ativista grego, membro do projeto The City at the Time of Crisis, do jornal Occupied London e doutor em Geografia, realizando pesquisas relacionadas à Geografia Urbana e Geografia Política, tendo como objeto de estudo a cidade de Atenas. O último número da Revista da Biblioteca Terra Livre publicou um texto seu sobre as recentes eleições do partido Syriza, que pode ser acessado aqui.
01/03, às 16h – Exibição do curta “Isto é Atenas” (12 min.) seguida de debate com Antonis Vradis (Grécia). Local: Centro de Cultura Social – Rua General Jardim, 253 – sala 22 (próximo ao metrô República).
03/03, às 19h30 – Exibição do curta “Isto é Atenas” (12 min.) seguida de debate com Antonis Vradis (Grécia). Local: Casa da Lagartixa Preta – Rua Alcides de Queirós, 161 – Santo André/SP.