Texto inédito de Piotr Kropotkin

O novo episódio do Leituras Libertárias, projeto que integra o podcast Antinomia, traz o texto inédito em português intitulado “Cozinhas Comunistas”, de Piotr Kropotkin, publicado no jornal anarquista Freedom em setembro de 1914, neste o geógrafo russo apresenta projetos de socialização de alimentos organizados por grupos anarquistas e sindicatos durante a Primeira Guerra Mundial.

A leitura pode ser ouvida abaixo:

E o texto na íntegra pode ser lido aqui:

Cozinhas Comunistas, de Piotr Kropotkin

NOVIDADE: BOLETIM DA BIBLIOTECA TERRA LIVRE

A nossa intenção com o boletim informativo é trazer uma seleção mensal dos materiais anarquistas que saíram recentemente. Notícias, artigos, podcasts, resenhas, lançamentos de livros, agenda de atividades, entre outros: tudo isso irá compor o nosso boletim.

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Horacio Ricardo Silva (1959-2023)

No último dia 04 de janeiro, faleceu Horacio Ricardo Silva, jornalista e historiador argentino que se debruçou sobre as lutas sociais e a história do anarquismo na Argentina.

Como lembrança e homenagem, traduzimos um relato escrito por Juan Pujalte, da editora Libros de Anarres:

UM ESCRITO EM MEMÓRIA DE HORACIO RICARDO SILVA

No dia 04 de janeiro de 1919, houve o recrudescimento entre os grevistas de Vasena e a polícia, acompanhada dos furas-greves e provocadores contratados pela empresa. Esse seria o prolegômeno  dos acontecimentos que ficaram na história com o nome de “Semana Trágica”: a insurreição mais sangrenta e prolongada na história da classe trabalhadora argentina.

Na última quarta-feira, dia 4 de janeiro de 2023, faleceu pela manhã nosso querido companheiro Horacio Silva, autor de – entre outros valiosos livros – “Días rojos, verano negro. Enero de 1919, la Semana Trágica de Buenos Aires”.

Nas palavras de seu mestre, Osvaldo Bayer: “Essa profunda pesquisa de Horacio Silva eu a chamaria de definitiva. Definitiva porque recorre a todas as fontes possíveis, traz as versões de todos os setores, descreve profundamente a época e seus costumes, a vida política e os interesses presentes. Descreve as distintas reações dos diferentes setores sociais, os problemas internos das organizações operárias e, ademais, analisa as pesquisas já existentes sobre esse fato histórico. Documento por documento, interpretação por interpretação. Recorre – de acordo com o que aprendi na minha experiência – a toda documentação histórica existente.”

Eu conheci Horacio no ambiente das assembleias de bairro e das cozinhas comunitárias, graças à companheira Susana, que participava com Horacio da Universidad de las Madres. Nesse ambiente, relembrando a Semana Trágica, contou sobre seu grande projeto de pesquisa que concluiria anos mais tarde e seria impresso em 2011. Desde quando nos conhecemos, nossa amizade foi selada, renovada anos após anos em intermináveis conversas animadas com o vinho peleón branco que amava tanto. (Nota do tradutor: peleón é um adjetivo para vinhos mais baratos e, em geral, de baixa qualidade).

Sua última colaboração com a editora foi o extenso e lindíssimo prólogo à edição de “Evolución, Revolución y el ideal anárquico”, que intitulou como “Una historia de amor, de locura y de muerte”, uma carinhosa referência ao seu admirado Horacio Quiroga. No prólogo, relata a trágica história de Severino y América e a enlaça soberbamente com a malograda edição da obra de Reclus, promovida por Di Giovanni em 1930.

Como amoroso lembrete (ele não gostaria que usasse a palavra homenagem), nada melhor que um convite para ler sua pesquisa definitiva, nesses calorosos dias de janeiro que nos fazem retroagir àquelas tórridas jornadas da semana sangrenta de 1919.

Aqui o link para o download na íntegra do livro:

Relato da XII Feira Anarquista de São Paulo

No último domingo, dia 13 de novembro, ocorreu a XII Feira Anarquista de São Paulo na Escola Municipal Amorim Lima. O evento começou às 10 horas e se encerrou às 19h, marcando seu retorno presencial após três anos devido à pandemia.

O evento contou com debates, lançamentos de livros, exibições de filmes, apresentações teatrais e práticas do corpo. Além disso, o LEA (Laboratório de Educação Anarquista) promoveu o Espaço Adelino de Pinho. Em conjunto com crianças e pessoas adultas, o grupo organizou atividades voltadas ao público infantil ao longo de todo o dia.

A XII Feira também contou com a exposição de mais de quarenta grupos. Além de anarquistas de várias partes do Brasil, tivemos a presença de camaradas da Alter Ediciones (Montevidéu, Uruguai), Editorial Eleuterio (Santiago, Chile) e Barricada de Livros (Lisboa, Portugal). Os materiais eram diversos: livros, revistas, jornais, fanzines, camisetas, além de alimentos agroecológicos produzidos por autogestão.

Durante toda a Feira, cerca de 3 mil pessoas circularam pelo espaço. No momento de máxima visitação, pela tarde, havia mais de mil pessoas. Isso representa a edição da Feira com seu maior público!

Agradecemos a todo mundo pela participação. Acreditamos que a nossa décima segunda edição representa um marco na retomada das atividades anarquistas. Em tempos de pandemia e ascensão do fascismo, a XII Feira Anarquista mostra a importância do anarquismo, dentro de sua pluralidade, para a resistência e a transformação de uma nova sociedade, por meio de práticas solidárias e autônomas baseadas no apoio mútuo, na ação direta e no federalismo.

Texto assinado por Biblioteca Terra Livre, Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri e Centro de Cultura Social, grupos responsáveis pela organização da XII Feira Anarquista de São Paulo.

Veja abaixo o Circo Fubanguinho, da Trupe da Lona Preta, uma das apresentações artísticas da XII Feira Anarquista de São Paulo: