140 anos da Comuna de Paris

Hoje, 18 de março, comemoramos 140 anos da Comuna de Paris. Viva a Comuna!

“Eu estou, graças ao povo de Paris, com política até o pescoço: presidente da federação dos Artistas, membro da Comuna, representante da Prefeitura, representante de Educação Pública, quatro dos mais importantes gabinetes de Paris… Paris é um verdadeiro paraíso! Sem polícia, sem tolices, sem cobrança de qualquer tipo, sem discussões! Tudo em Paris funciona como um relógio. Ah, se ela pudesse permanecer assim para sempre. Em suma, é um belo sonho. Todos os corpos governamentais são organizados federalmente e se autogovernam.”

Carta de Gustave Courbet (pintor anarquista e communard)

Manifesto:

CINECLUBE TERRA LIVRE

Na semana em que comemoramos 140 anos da Comuna de Paris iniciamos o Cineclube Terra Livre.

Retomando um sonho de um grupo de operários e anarquistas franceses que em março de 1914 exibem pela primeira vez filmes produzidos de maneira autogestionária, com uma intenção educativa e apresentando ao mundo, através das telas, a visão da classe trabalhadora e explorada.

O Cinema do Povo, cooperativa de produção e distribuição cinematográfica, reuniu pela primeira vez características que hoje ainda lutamos para ter em nossas organizações e nas nossas lutas.

Constituindo-se, talvez, como primeiro “cineclube” de que se tem notícias, essa experiência vem ressuscitar 97 anos depois no Brasil.

Alguns de nossos princípios são a autogestão como forma de organização; a horizontalidade nas decisões; a intenção pedagógica libertária; e a constituição de um espaço de livre debate e criação artística e política.

Viva a Comuna! Viva o Cinema do Povo! E longa vida ao Cineclube Terra Livre!

São Paulo, 18 de março de 2011

Programação:

MOSTRA “PELÍCULAS NEGRAS”: PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA ANARQUISTA

PRIMEIRA SESSÃO:  20/03 – CINEMA DO POVO

Na sessão de inauguração do CINECLUBE TERRA LIVRE serão exibidos filmes silenciosos realizados pelo grupo anarquista Cinema do Povo na década de 1910 na França.

A COMUNA (La Commune)
França, 1914, 35mm, preto e branco, 22min
cp: Cinéma du Peuple; d e r: Armand Guerra; e: Armand Guerra

AS MISÉRIAS DA AGULHA (Les misères de l’aiguille)
França, 1914, 35mm, preto e branco, 13min
cp: Cinéma du Peuple; d: Raphäel Clamour; e: Jeanne Roques, Lina Clamour, Gaget, Michelet, Armand Guerra

O VELHO DOQUEIRO (Le Vieux docker)
França, 1914, 35mm, preto e branco, 5min
cp: Cinéma du Peuple; d: Armand Guerra; r: Yves-Marie Bidamant, Charles Marck; e: Armand Guerra

Também serão exibidos dois filmes realizados por grandes estúdios de cinema comerciais do início do século XX que criticam e combatem o anarquismo.

ASSASSINATO DO MINISTRO PLEHVE – GRÃO DUQUE SERGE (Assassinat du ministre Plehve – grand duc Serge)
França, 1904, 35mm, preto e branco, 1min16
cp: Pathé; d: Lucien Nonguet

A TERRORISTA (La Terroriste)
França, 1907, 35mm, tingido, 11min20
cp: Gaumont