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Nova sede da FLA, em Buenos Aires.

Na última semana tivemos uma alegre notícia: a Federación Libertaria Argentina inaugurou um novo espaço anarquista na cidade de Buenos Aires. O grupo, nos mais de cinquenta anos de sua história, sofreu um duro golpe em dezembro de 2011, com a tomada por um grupo de sua tradicional sede na Rua Brasil. Com a inauguração da sua nova sede, alguns grupos, entre eles o Bachillerato Popular Escuela Libre de Constitución, poderão normalizar suas atividades. A Federação ainda manterá seus esforços para recuperar sua antiga sede. Abaixo, traduzimos o comunicado emitido pela FLA sobre a inauguração:

“Companheir@s, amig@s:

Comunicamos-lhes a abertura de um novo local na cidade de Buenos Aires. Este espaço funciona como nova sede da Federación Libertaria Argentina, além de sede do Bachillerato popular Escuela Libre de Constitución e da Biblioteca popular de la Buena Memoria.

Queremos transmitir nossa intenção de construir um espaço de liberdade e dizer-lhes a todos aqueles que buscam um mundo justo, sem exploração, sem opressores, sem dirigentes nem dirigidos, onde as mudanças profundas que aspiramos sejam realizadas com horizontalidade e solidariedade, que nossas portas estão abertas.

flaQueremos também agradecer o apoio que recebemos durante todo o ano de 2012 de companheiros e companheiras de todo o mundo. Das federações que compõe a Internacional de Federações Anarquistas (IFA), da Federação Internacional de Centros de Estudos e Documentação Libertária (FICEDL), do Taller A Ateneo Hieber Nieto e Alter Ediciones do Uruguai, da FORA de Rio Gallegos (Patagonia), da Biblioteca Terra Livre de São Paulo, do Grupo José Domingos Goméz Rojas do Chile, do Club Social e Rockero de San Martin (Buenos Aires), da Biblioteca Popular José Ingenieros de Buenos Aires, da rádio Livros Laberintos de Ciudadela e da infinidade de companheir@s que nos transmitiram seu apoio.

A abertura de um novo local não implica desistir da recuperação do patrimônio e da casa da Rua Brasil, nº 1551, sede original da FLA, usurpada por um grupo autoritário desde há mais de um ano e que foi adquirida, como todos sabem, com o esforço dos velhos militantes da Federación Libertaria Argentina (no começo da década de 1970) e onde muitos de nós construímos bibliotecas, o arquivo BAEL, o merendeiro e uma infinidade de atividades.

Um novo espaço se abre. Uma pequena rachadura que tentaremos disseminar no pesado muro de concreto que nos rodeia. Vamos avançando.

Federación Libertaria Argentina, abril de 2013″.

Primeiro encontro do Grupo de Estudos Pensadores Anarquistas

Na próxima quinta-feira, dia 21/02 às 19h, ocorrerá o primeiro encontro do Grupo de Estudos Pensadores Anarquistas. A leitura para esta reunião é “A Anarquia – Sua Filosofia e seu Ideal”, de Piotr Kropotkin.

stjohn_kropotkin3Este grupo de estudos é um desdobramento do antigo grupo de estudos Anarquismo e História. Ao realizarmos uma reunião no final de 2012 para fazer o balanço do grupo de estudos Anarquismo e História e o planejamento para o ano seguinte, decidimos que era mais interessante focarmos nossa leitura na compreensão do pensamento dos autores clássicos do anarquismo, ao invés de problematizarmos somente da visão anarquista sobre a História, pois era um recorte muito específico. Para conhecer o histórico do grupo Anarquismo e História, clique aqui.

Desta forma, decidimos também alterar o nome do grupo de estudos, de Anarquismo e História para Pensadores Anarquistas. A ideia do grupo é se dedicar a cada semestre à leitura de um pensador anarquista, decido previamente. Para esse semestre, começaremos com Piotr Kropotkin, com o livro A Anarquia, sua filosofia, seu ideal.

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GRUPO DE ESTUDOS “PENSADORES ANARQUISTAS”

Primeiro Encontro de 2013: Quinta-feira, 21/02 , às 19h.

LEITURA:A Anarquia – sua filosofia, seu ideal” de Piotr Kropotkin.

A partir dessa data o grupo se reunirá sempre às quintas-feiras de 15 em 15 dias das 19h as 22h.

ONDE ENCONTRAR O TEXTO:

A Biblioteca Terra Livre está vendendo esse livro a preço de custo, R$ 10. Aos interessados pedimos que, junto com o e-mail de inscrição, avise que deseja comprar o livro.

ATENÇÃO! Limite de vagas: 10 participantes.

Inscrições prévias (por ordem de chegada) através do e-mail:

bibliotecaterralivre@gmail.com

Até dia 21!

Mutirões de catalogação

Vai ano, entra ano e seguimos em frente!

Para iniciar seus trabalhos em 2013, a Biblioteca Terra Livre convida a todos e todas para contribuir com a árdua tarefa de catalogação dos livros do nosso acervo.
Entre 2011 e 2012, conseguimos catalogar 2045 livros! Demos uma pausa no segundo semestre do ano passado para resolvermos questões técnicas do programa de catalogação e agora retornamos à esta labuta. Os livros catalogados até o momento podem ser consultados neste site: https://bau.sarava.org/bibliotecaterralivre

Os mutirões de catalogação ocorrerão das 15h às 20h nos seguintes dias:
– 09/01 (quarta-feira)
– 12/01 (sábado)
– 15/01 (terça-feira)
– 20/01 (domingo)

Participe!

cartaz_catalogação

OBS.: A imagem do cartaz foi retirada da revista Les Hommes du Jour nº 24, de 1908.

Vídeo-debate sobre Francisco Ferrer

Nesta semana, do aniversário da morte de Francisco Ferrer y Guardia, a Biblioteca Terra Livre segue fazendo atividades em memória deste grande pedagogo. Na próxima quinta-feira, dia 18/10 às 17h, na Sala de Vídeo do Departamento de História da Usp, exibiremos o documentário “Viva La Escuela Moderna” (documentário em espanhol, sem legendas), nunca antes exibido no Brasil. Após a exibição, haverá um debate.

Assim como a atividade no último domingo que ocorreu no Centro Anarquista Ação Direta (ver link), essa é também uma atividade preparatória para o Colóquio Internacional “Educação Libertária: 100 anos da Escola Moderna de São Paulo”, organizado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, a ser realizado entre o 5 e 9 de novembro de 2012. Saiba mais no site:
http://coloquioeducacaolibertaria.wordpress.com/

Homenagem à Francisco Ferrer y Guardia
Onde: Sala de Vídeo da História-USP: Av. Prof. Lineu Prestes, Cidade Universitária 338, São Paulo
Quando: Quinta-feira, 18/10, às 17h.

1º de Maio: a história de Haymarket

No ano de 1886, os trabalhadores dos Estados Unidos chamaram uma greve geral, reinvidicando a jornada de 8 horas de trabalho, para o dia 1º de Maio. Por volta de 200 mil trabalhadores entram em greve em várias cidades dos EUA.
Mas em Chicago, a greve ganha contornos especiais. Por ser um dos principais centros industriais do país na época, nesta cidade é também onde há as piores condições de trabalho e após a greve os trabalhadores seguiram manifestando-se contra o patronato. No dia 4 de maio é organizada uma marcha a partir da Haymarket Square, pacífica durante a maior parte do tempo até o seu final, quando os policiais começaram a avançar contra os manifestantes. Nesta confusão, é jogada uma bomba na força policial, matando um guarda. A partir deste momento, os policiais abrem fogo contra os trabalhadores, matando e ferindo várias pessoas. Estes acontecimentos foram chamados de “A Revolta de Haymarket”.
Nos dias seguintes, as autoridades estatais, apoiada pela imprensa, passam a reprimir brutalmente o movimento sindical e em particular os anarquistas, como os participantes mais ativos deste movimento. Em um processo sem base jurídica nenhuma, são presos os anarquistas Adolph Fischer, Albert Parsons, August Spies, George Engel, Louis Lingg, Michael Schwab, Oscar Neebey e Samuel Fielden. Destes, Spies, Fischer, Engel e Parsons foram enforcados em 11 de novembro de 1887 e Lingg é morto um dia antes da execução ao engolir uma cápsula explosiva na sua cela em um “suicídio” armado.
O julgamento foi tão absurdo que se tornou um escândalo até para alguns jornalistas e políticos, como o futuro governador de Illinois John Peter Atlgeld. Sob a pressão dos trabalhadores, ele outorgou em 1893 “perdão absoluto” a Samuel Fielden, Oscar Neebe e Michael Schwab, e reconheceu que o processo de Haymarket foi fraudulento.
Desde então, o 1º de Maio passa a ser o Dia do Trabalho e entra na memória dos trabalhadores em geral e em particular de nós, anarquistas. Acreditamos ser necessário relembrarmos a história desta data para afirmar que o 1º de Maio não é um feriado qualquer ou uma festa do trabalhador, mas sim é um dia de luto e de luta! Luta contra o capital, pois é somente com a sua extinção que podemos fundar uma sociedade de fato humana. Viva aos Mártires de Chicago! Viva aos trabalhadores!

Na foto, do lado superior esquerdo ao lado inferior direito: George Engel, Samuel Fielden, Adolph Fischer, Louis Lingg, Michael Schwab, Albert Parsons, Oscar Neebey e August Spies.

Recomendamos a leitura do texto de Rudolf Rocker sobre o 1º de Maio, disponível no seguinte link: http://editoraimaginario.webstorelw.com.br/products/artigo-rudolf-rocker-o-1o-de-maio