A Tragédia da Espanha

CAPA e contracapa ROCKER

INFORMAÇÕES:
Título: A TRAGÉDIA DA ESPANHA – NOTAS SOBRE A GUERRA CIVIL
Autor: RUDOLF ROCKER
Editora: BIBLIOTECA TERRA LIVRE & L-DOPA PUBLICAÇÕES
Idioma: português
Encadernação: Brochura
Dimensão: 21 x 14 cm
Edição: 2ª (revisada)
Ano de Lançamento: Agosto de 2016
Número de páginas: 124
Preço: R$25,00

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APRESENTAÇÃO:
No ano em que se rememora os 80 anos do início da Revolução Espanhola publicamos uma nova edição de um importante texto do anarquista alemão, Rudolf Rocker, em co-edição com a editora curitibana L-Dopa Publicações. O presente projeto é somente mais uma tentativa, humilde e sincera, de fazer com que os fatos e feitos ocorridos naqueles anos de guerra e sonhos  sejam mais conhecidos e compreendidos.
Rudolf Rocker foi um anarquista alemão que prezou pelo internacionalismo e se dedicou à luta dos trabalhadores, mantendo contato com muitos militantes e colaborando com muitos sindicatos e periódicos ao redor do mundo. Dentre muitos feitos importantes de sua trajetória de vida, destacamos o seu trabalho de refundação da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) em 1922 e sua participação no IV Congresso da AIT, ocorrido em Madri no ano de 1931. Sem dúvida mantinha estretas relações com os anarquistas espanhóis e que foram de fundamental importância na concepção de seus escritos sobre a Revolução Espanhola.
A Tragédia na Espanha é leitura essencial para historiadores e cientistas políticos por sua acurada análise de um dos episódios mundiais mais importantes do século XX; interessará também aos militantes libertários e autônomos que poderão conhecer os conflitos e táticas do passado para inspirar as lutas no presente; e, por fim, servirá a toda pessoa que deseja uma leitura simples e direta – mas de grande aprofundamento reflexivo e documental – sobre os interesses político-econômicos de todos os governos e partidos políticos, bem como o seu desprezo pela luta por liberdade, igualdade e bem-estar para todos e todas. O lucro, desde anos remotos, sempre foi o objetivo de governantes e capitalistas, precedendo em importância até mesmo a vida de alguns milhares de seres humanos.
Uma das mistificações referentes ao episódio espanhol é justamente o papel das nações europeias na Guerra Civil que se seguiu à tentativa de golpe fascista, devidamente debelado pelas forças anti-fascistas e anarquistas organizadas, tendo à frente a Confederação Nacional do Trabalho (CNT) e a Federação Anarquista Ibérica (FAI). Para além de uma visão simplista de que a Espanha foi uma espécie de ensaio para a II Guerra Mundial, o autor, ainda no calor dos acontecimentos – o livro foi publicado em outubro de 1937, apenas 15 meses após a eclosão dos fatos – realiza uma profunda análise crítica sobre os interesses políticos e econômicos das grandes potências mundiais. Por um lado, a Inglaterra e a França defendendo seus interesses capitalistas e protegendo seus investimentos em solo hispânico; por outro, Itália e Alemanha, apoiando as ofensivas fascistas de Franco com nítidos interesses de ampliar sua influência na Europa; e por fim, mas não menos importante, o papel contra-revolucionário da Rússia e das organizações comunistas locais teleguiadas desde Moscou. Ou seja, Rocker produz em poucas páginas e de maneira brilhante um esboço da geo-política mundial envolvendo o conflito na Espanha e, ao mesmo tempo, uma análise dos fatores políticos internos.
Tal foi a tragédia na Espanha: milhares de pessoas mortas numa guerra estúpida (como todas as outras); traições e manipulações atendendo a interesses de governos – sejam eles “democratas”, “totalitários” ou “socialistas” – e de grandes investidores internacionais; uma nova sociedade mais livre e igualitária ceifada em sua raiz, atacada por todos os flancos, sem ética nem respeito aos mínimos preceitos de dignidade humana… Esse foi o sofrimento daqueles e daquelas que se lançaram às barricadas nas ruas, às fábricas na retaguada ou às frentes de batalha!
Entretanto, mesmo em meio a esse tragédia – e se constituindo como o seu extremo oposto – houve muitos aspectos construtivos na Revolução Libertária na Espanha, impulsionada principalmente pelos trabalhadores e trabalhadoras vinculados à CNT, anarquistas da FAI e Mujeres Libres. Dentre muitas transformações radicais e inovações sociais, talvez a coletivização dos meios de produção tenha sido a mais potente e utópica realização daquele povo que ali se concentrou para construir um mundo novo, que como disse Durruti, “carregamos em nossos corações”. Rocker compartilha do grande entusiasmo que tomou anarquistas e fez com que Emma Goldman, George Orwell e milhares de militantes e sonhadores partissem rumo à Catalunha para defender a liberdade. Cidadãs e cidadãos do mundo, internacionalistas de todas as partes do globo se reuniram e juntaram suas esperanças na luta por uma terra livre. É essa terra livre que buscamos ainda hoje! E que reconhecemos algumas de suas mais fortes e promissoras sementes presentes naquele verão de 1936.
Uma revolução não acontece espontaneamente, muito menos do dia para a noite. Sabemos que o solo estava sendo arado há muitos anos, desde pelo menos a década de 1870 com a chegada da AIT na Espanha. Hoje, 80 anos depois, com novas ferramentas em mãos lançamo-nos, uma vez mais, a trabalhar a terra, revolvendo-a para que novas lutas brotem algum dia e vinguem num solo infértil infectado de egoísmo, intolerância e autoritarismo. O capitalismo mata a vida! A anarquia nos faz vivê-la e desejar, intansigentemente, a plena e total liberdade da humanidade! Estamos ao lado de nossas camaradas das Mujeres Libres nas ruas de Barcelona! Levantamos barricadas com trabalhadores vestindo macacões e gorros rubro-negros da CNT! Trabalhamos a terra como os camponeses de Aragón!
Em autogestão, ainda que em meio à grandes sofrimentos. Sempre liberdade e igualdade, buscando alcançar a liberdade e a igualdade para todos, sem render-se jamais!
Viva A CNT-FAI!
Viva a Mujeres Libres!
Viva a Revolução Social!
Viva a Anarquia!

Biblioteca Terra Livre
Julho/2016