A Colmeia – Uma experiência pedagógica

capa_colmeia2

INFORMAÇÕES:
Título: A COLMEIA: UMA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA
Autor: SÉBASTIEN FAURE
Editora: BIBLIOTECA TERRA LIVRE
Idioma: português
Encadernação: Brochura
Dimensão: 21 x 14 cm
Edição: 1ª
Ano de Lançamento: Novembro 2015
Número de páginas: 168
ISBN: 978-85-60945-92-4
Preço: R$30,00
120x53-comprar-preto

APRESENTAÇÃO:

A COLMEIA, A PARTIR DE AGORA, A ESCOLA DO AMANHÃ

Rodrigo Rosa da Silva*

Paulo Marques*

Em tempos de discursos sobre “educação integral” e da necessidade de novas metodologias pedagógicas baseadas no “aprender a aprender” e na “interdisciplinaridade” é de se espantar como nos meios acadêmicos ocorre uma seletividade, quer seja ela premeditada, quer seja pura falta de rigor científico, sobre quem foram os pioneiros dessas propostas. Nos referimos à ainda persistente omissão da contribuição dos anarquistas no campo da educação.

Mas qual o motivo de não figurarem ainda em destaque nos programas das disciplinas dos cursos de pedagogia?

Podemos imaginar que o pouco acesso aos escritos sobre o tema, em sua maior parte produzidos originalmente em francês e ainda não traduzidos ao português, pode ser um dos motivos que dificultam a sua ampla difusão1. Malgrado essa questão é fato que nomes como Proudhon, Bakunin, Paul Robin, Francisco Ferrer, Sebastién Faure, Élisee Reclus, ou seja, aqueles que foram os pioneiros na elaboração de teorias sistemáticas e críticas à escola – seja ela religiosa, privada ou estatal – e os protagonistas de algumas das mais belas e radicais iniciativas pedagógicas inovadoras, permanecem ainda hoje ilustres desconhecidos para professores e estudantes.

Dentre as fundamentais contribuições dos anarquistas à educação na perspectiva “dos de baixo” estão as primeiras experiências de educação popular, de coeducação entre os sexos e de classes, a centralidade do trabalho e seu caráter essencialmente pedagógico, as saídas de campo, a criação de escolas para crianças, jovens e adultos autônomas em seus aspectos pedagógicos, políticos e econômicos, a produção própria de vasto material didático e de métodos anti-autoritários de ensino, a fundação dos centros de cultura, ateneus e bibliotecas vinculadas aos sindicatos, a concomitância do ensino geral com a educação profissional, etc. A lista de inovações e realizações é grande!

Conscientes da necessidade de suprir essa lacuna, o resgate desse legado tem sido, em grande medida, obra dos próprios anarquistas. É com essa perspectiva que militantes e pesquisadores, individual ou coletivamente, vêm trabalhando constantemente no resgate da memória das práticas libertárias; buscando a reafirmação de suas ricas experimentações em diferentes aspectos da vida e a partir de variadas áreas do conhecimento – geografia, história dos trabalhadores, filosofia política, organização social, crítica ao capitalismo, etc.

No campo da educação vemos um lento e consistente processo de redescoberta dos pensadores e experiências anarquistas sendo alimentado por esparsas mas significativas produções – pesquisas, organização de arquivos, reimpressão de documentos, publicação de antologias, etc – que ampliam as possibilidades de um (re)encontro com as bandeiras históricas da classe trabalhadora e dos explorados pela criação de uma nova educação que atenda a seus interesses e seja, ao mesmo tempo, parte da sua luta pela emancipação social, política e econômica.

É com o objetivo de contribuir com o esforço de resgate desse legado, e ao mesmo tempo possibilitar aos pesquisadores, educadores e interessados no tema o acesso à história da Educação Libertária, que comemoramos a reedição brasileira, quase 100 anos após a original, da obra que descreve uma das mais ricas experiências educativas e comunitárias já realizadas pelos anarquistas: A Colméia. Escrita há mais de um século por seu fundador e “diretor”, Sebastién Faure, um dos mais célebres militantes anarquistas da Europa naquele período.

Com essa nova edição, cuidadosamente editada pela Biblioteca Terra Livre, poderemos finalmente observar se a ausência do pensamento educacional anarquista e suas experiências nos currículos oficiais das universidades tem sua origem no desconhecimento e na ignorância de textos em português ou em algum tipo de silenciamento deliberado e intencional das práticas autônomas e anti-estatais de educação.

Mas afinal, por que a A Colméia é uma das mais importantes experiências educacionais de que se tem notícia? Fundamentalmente porque tornou-se uma referência para o pensamento educacional libertário, ao colocar em prática com enorme êxito, por mais de uma década (14 anos!), uma pedagogia baseada nos princípios ácratas da Educação Integral, Autogestão, Cooperação, Autonomia Individual e Apoio Mútuo. Teve encerradas suas atividades somente por ocasião da eclosão da primeira guerra mundial na Europa.

Muito mais que uma “escola”, A Cólmeia tornou-se uma cooperativa integral, auto-sustentada, na qual o saber e o conhecimento estavam intrinsecamente vinculados à prática, ou seja, à criação dos próprios meios necessários para a sua existência autônoma, principalmente em relação ao Estado ou qualquer outra instituição que a tutelasse.

Em que consiste, então, a experiência de A Colméia e qual sua importância para para a história da educação e para as práticas pedagógicas contemporâneas? A resposta está nas páginas desta obra cuja história se confunde com a de seu próprio criador.

Sébastien Faure (1858-1942), o fundador e principal impulsionador de A Colméia, iniciou sua carreira política candidatando-se ao parlamento pelo Partido Socialista em 1885, abandonando-o alguns anos depois para filiar-se ao ideal anarquista. Colaborou com textos em muitas publicações anarquistas e foi fundador dos periódicos Le Libertaire, junto a Louise Michel, e Ce qui ‘il faut dire. Escreveu livros e proferiu conferências de propaganda libertária, idealizou a Encyclopédie Anarchiste na década de 1920 e foi, sem dúvida, um dos grandes militantes e teóricos do anarquismo francês.

Mas foi como diretor da experiência educativa A Colméia que tornou-se conhecido como um importante realizador no campo da pedagogia e da educação integral. Fundada nos arredores de Paris, mais exatamente em Rambouillet, A Colméia é muito mais que uma escola libertária, laica e livre. Constituiu-se como um espaço de vida comunitária libertária, onde crianças e adultos viviam numa propriedade rural, numa verdadeira comunidade educativa autogestionada e com orientação cooperativista. Funcionou de 1904 a 1917 numa área de 25 hectares de bosque e abrigava, aproximadamente, 40 crianças.

Nas páginas do presente livro Faure diz que

a educação deve ter por objeto e por resultado formar seres tão completos quanto seja possível, capazes de ir mais além de suas especialidades cotidianas, quando as circunstâncias ou as necessidades o permitam ou o exijam: os trabalhadores manuais, de abordar o estudo de um problema científico, de apreciar uma obra de arte, de conceber ou de executar um plano, até mesmo de participar a uma discussão filosófica; os trabalhadores intelectuais, de pôr a mão à massa, de se servirem com destreza dos seus braços, de fazerem, na fábrica ou nos campos, um papel decente e um trabalho útil (p. 109).

E foi assim que tentou “colocar em circulação alguns indivíduos desta espécie” através da educação integral, associando o ensino técnico e profissional com a formação científica e intelectual. O francês criticou fortemente a divisão entre os teóricos e práticos, entre trabalho intelectual e braçal, ou, em resumo, entre os burgueses e os operários. Uma nova relação professor-estudante impõe-se na realização da Educação Integral: “o papel do ensino é conduzir ao máximo desenvolvimento todas as faculdades da criança: físicas, intelectuais e morais” e o “dever do educador consiste em favorecer o pleno desenvolvimento deste conjunto de energias e de aptidões que se encontram em todos” (p.107). E longe de acreditar ou exigir na oferta de tal sorte de educação pelo Estado, Faure determina categricamente, com tremenda lucidez, que “unicamente fora da escola pública, oficial, é que se funda uma escola absolutamente livre” (p. 163).

A autonomia financeira como premissa fundamental para a autonomia pedagógica sempre esteve no centro do projeto d’A Colméia. Da mesma forma, a autonomia em relação ao Estado também foi uma batalha travada e vencida por Faure. Nesta obra, Faure anexa os documentos que mostram a tentativa do Estado de controlar o “estabelecimento escolar”. Em resposta, Faure utilizava de forma genial a própria lei francesa que dava autonomia de educação para as famílias, argumentando que A Colméia não era uma escola, mas uma família que garantia educação para seus filhos. Assim, não fazia mais do que demostrar o que ela realmente era. Uma família de aprendizagem, voltada principalmente para filhos de operários e órfãos, perfil das crianças que viviam n’A Colméia. Por não ser propriamente nem uma escola, nem um orfanato, mas sim uma “grande família libertária”, ela possui características de um altruísmo, solidariedade e apoio mútuo extremos (talvez baseados no senso de pertencimento e comunidade por todos – crianças e adultos – morarem e viverem no mesmo local).

O sistema de Educação Integral se realizava alí a partir das diversas oficinas que cumpriam uma tripla função: ensinava as diversas técnicas como carpintaria, ferraria, costura e encadernação, com vistas à formação das crianças; garantia a economia na aquisição de materiais (móveis, roupas, material didático) que eram produzidos pelos próprios os alunos; e por fim, podiam ser comercializados com sindicatos e associações simpatizantes da educação anarquista como forma de arrecadação complementar de fundos para sua manutenção.

Faure realizou diversas turnês em que proferia conferências que tinham como objetivo difundir o ideal anarquista e arrecadar fundos para os projetos que tinha em mente. Sabe-se que teria investido boa parte de seu dinheiro ganho como palestrante na “escola”. Assim, podemos afirmar que havia autonomia financeira e um sistema de autogestão dos recursos econômicos. Sem dúvida uma das mais importantes garantias de liberdade e autonomia pedagógica e política que uma escola pode ter.

No aspecto pedagógico, o conceito de “aprender a aprender” – consigna tão em voga hoje em dia entre os pedagogos considerados progressistas – torna-se a ideia-força da metodologia de ensino proposta, após um primeiro período de “borboletear” pelas classes e oficinas. Segundo escritos do próprio Faure na década de 1910, deve-se abandonar o método tradicional – dedutivo – e implantar aquele que faz com que o aluno adquira papel mais importante no processo de ensino-aprendizagem, preponderante tanto em relação ao professor quanto ao conteúdo: o método indutivo. A partir da observação da realidade, é o estudante quem observa, pesquisa, classifica e generaliza sob uma simples direção do professor que serve mais para estimula-lo e não deixa-lo desistir frente aos insucessos. Segundo Faure, o método dedutivo é dogmático e um ato de fé e o estudante acredita; já o método indutivo “abandona todo credo, só leva em conta as coisas concretas, vivas, vistas, necessita de observação, apela para o espírito crítico, apoia-se na experimentação, comporta a verificação, o controle, exige o exercício racional e constante do livre exame”. O ensino racional deve caminhar sempre do simples ao composto, do concreto ao abstrato, da unidade ao número e assim por diante. O contrário é um ato de fé e, portanto, religioso.

Faure acreditava que os pequenos não são um reflexo dos adultos, por isso a criança deve ser ela mesma, sempre. Aqui há uma influência da psicologia ao tratar da necessidade dos pais e educadores se refletirem nas crianças, de formar o aluno ou filho à sua imagem, o que é para ele condenável e deve ser evitado. Quanto à coeducação de sexos que era praticada na escola, Faure a defende pelos mesmos argumentos que os demais pedagogos anarquistas, adicionando que lá todos colaboram nos mesmos e que a vida é igual para todos.

Também aboliu os sistemas de classificação baseados em recompensas e castigos, que só estimulariam a competição em detrimento da solidariedade entre os estudantes, pois observava que aqueles formados no sistema tradicional classificatório das inteligências, quando adentrarem na sociedade, vão se acotovelarem para estar sempre em primeiro lugar.

A educação moral também está sempre presente, pois para Faure, “em matéria de educação, o regime da liberdade comporta riscos e inconvenientes” mas o regime da obrigação carrega em si ainda mais e piores riscos e incoveientes. No que diz respeito à primeira refere-se, basicamente, à segurança da criança, já a segunda causa efeitos psicológicos duradouros nos pequenos. Ao final, “levando em conta as reservas que dita a prudência e que exigem o cuidado do interesse da criança e de sua segurança, o regime de liberdade só dá bons resultados”. E essa liberdade concretizava-se quando Faure e seus colaboradores faziam com que a criança deixasse “de ser um bem, um objeto, uma propriedade da Religião ou do Estado” e passasse a ser “dona de si mesma”, segura de que alí encontraria “o pão, o saber e a ternura, que necessitam seu corpo, seu cérebro e seu coração” (p. 22).

Nos opúsculos escritos por Sébastien Faure havia uma tentativa de registrar a história, a rotina, a administração, enfim, o cotidiano da experimentação pedagógica-comunitária colocada marcha em Rambouillet. A presente obra é um exemplo disso. E esse formato permite-nos acessar detalhes importantes para a compreensão da obra educativa e de seu contexto. Podemos notar, em linhas gerais, a consonância de sua prática com o proposto pelos “clássicos” do anarquismo e, é claro, alguns avanços em sua escrita sincera. O livro é de fácil leitura e apresenta, em formato de relato próximo aos diários, a visão de Sébastien Faure sobre A Colméia. Nessas sinceras linhas vemos saltar toda a humanidade do velho militante e “diretor”, apresentando e comemorando as vitórias e as realizações da comunidade, bem como expondo os desafios e as dificuldades, sem omitir erros e acertos. A compreensão do alcance histórico da experiência aparece claramente, assim como o reconhecimento de sua limitação. Curiosa é a confissão de uma de suas preocupações: “Já não estou mais nos dias da minha juventude, chego à idade em que as forças começam a diminuir”. Encontrou ainda muitas energias para seguir na militância anarquista e poder fazer muito mais pela difusão de seus ideais antes de seu falecimento em 1942.

A Colméia encerrou suas atividades após mais de uma década de funcionamento. Os motivos não foram de ordem interna, ou seja, a comunidade vivia seu melhor momento em 1914, ano em que eclode a Primeira Grande Guerra. A pressão do governo francês e da sociedade para os esforços de guerra tornaram-se obstáculos insuperáveis para a sobrivência daquele modelo educativo em Rambouillet. Como o próprio Faure escreveu, “foi a Guerra que matou A Colméia”. Em texto da Encyclopédie Anarchiste, publicada em 1934, Faure afirma:

A Guerra infame e maldita matou A Colméia (ela matou tantas pessoas e tantas coisas). Só o produto de minhas conferências a fazia viver, e, durante as hostilidades, era ordenado a uns matar ou fazer-se matar, e proibido aos outros falar. Durante o tempo que pudemos, prolongamos, meus colaboradores, nossas crianças e eu, a existência de A Colmeia, conquanto essa existência tivesse se tornado cada vez mais difícil e precária.

A Colmeia fechará suas portas em 1917 ao final da Grande Guerra.

*

*            *

Passados mais de cem anos o que se mantém como referência da experiência da Colméia para os desafios de uma Educação Libertária do Século XXI?

Reconhecendo que cada experiência é única e irrepetível, assim como não se pode desconsiderar as circunstâncias e contextos históricos singulares que permitiram sua realização, é inegável que a Educação Libertária realizada n’A Colméia esteve e ainda está a frente do nosso tempo no que diz respeito às teorias e práticas que propôs e realizou em termos de educação. Ainda hoje a educação predominante tem como função realizar os objetivos do Estado e do capital. Para isso sua meta é o disciplinamento dos corpos, o controle da vida individual, o adestramento para formatar autômatos, meras peças da engrenagem produtivista. A Colméia foi e permanece sendo uma referência de prática antagônica a esse paradigma estatal/capitalista de ensino. Faure e seus colaboradores imaginaram e realizaram educação livre para indivíduos livres na perspectiva de uma sociabilidade livre.

É seguindo essa perspectiva e na esteira das referências dos educadores anarquistas do passado que renovamos hoje essa prática com novas formas de ação direta no campo da educação, criando nossos próprios espaços educativos, não-formais, horizontais e fora dos muros da universidade. Salutares exemplos dessa prática nos dias de hoje são os grupos de estudos que se proliferam de norte a sul do país. Nesses grupos é possível ter a liberdade de experimentar a auto-formação, o apoio mútuo e a horizontalidade aplicados à educação. Foi através deles que muitos de nós puderam ter contato com a pedagogia libertária – na teoria e na prática. Alí conhecemos e nos aprofundamos no estudo da vida e da obra de Sébastien Faure e nos encantamos com a rica e inspiradora experiência educacional por ele realizada entre na França2.

Como anarquistas, somos parte desse processo de construção de uma Educação como ação direta, uma Educação como exercício prático de liberdade, a partir do método que os libertários denominaram de Educação Integral: um ensino livre, laico, que permitisse o acesso de todos ao saber e ao conhecimento produzido pela humanidade. Uma educação que ainda hoje influencia aqueles apaixonados pela liberdade da criança e pela pedagogia libertária.

Talvez esteja aí a explicação mais coerente do porquê a educação libertária e suas experiências emblemáticas permanecem “esquecidas” pela pedagogia “oficial”. São perigosas, como sempre foram, para o status quo.

Esperamos, para concluir, que o leitor possa também sentir-se tão sensibilizado e renovado após a leitura deste livro como nós e que se reconheça nas palavras e na utopia realizada de Faure, em especial quando escreveu as seguintes palavras: “a escola cristã, é a de ontem; a escola laica, é a de hoje; A

Colmeia, é, a partir de agora, a do amanhã”. Professores e estudantes: renovemos nossas esperanças e coloquemos as mãos à obra para que muitas novas Colméias libertárias, as “escolas do amanhã”, sejam criadas e recriadas hoje, em qualquer parte do mundo, em pleno século XXI.

***

NOTAS

*Membro da Biblioteca Terra Livre, pesquisador do Grupo de Pesquisa Poder Político, educação, Lutas Sociais e Professor da Faculdade de Educação/USP.

** Professor da Faculdade de Educação/UFPel, integrante do Grupo Estudos Educação Libertária-Pelotas e coordenador do Grupo de Pesquisa Memória, Teoria e Prática de Educação Libertária do Rio Grande do Sul.

1Há uma tradução de trechos de escritos de Sebastién Faure sobre A Colméia no livro organizado por F. G. Moriyón, publicado pela Artmed de Porto Alegre em 1989 intitulado “Educação Libertária”. Hoje a obra está esgotada e nunca ganhou uma reedição.

2Nos referimos, em especial, ao Grupo de Estudos Anarquismo e Educação da Biblioteca Terra Livre (São Paulo) – http://bibliotecaterralivre.noblogs.org/grupos-de-estudos/anarquismo-e-educacao/ – e ao Grupo de Estudos Educação Libertária (Pelotas) – http://libertariosufpel.blogspot.com.br/