INFORMAÇÕES:
Título: O TRIUNFO DA ANARQUIA E OUTROS ESCRITOS
Autor: ISABEL CERRUTI
Editora: BIBLIOTECA TERRA LIVRE
Idioma: português
Encadernação: Brochura
Dimensão: 21 x 14 cm
Edição: 1ª
Ano de Lançamento: Novembro de 2018
Número de páginas: 232
Preço: R$30,00
APRESENTAÇÃO:
A Biblioteca Terra Livre, através da presente seleção de textos da anarquista ítalo-brasileira Isabel Cerruti, dá continuidade ao seu trabalho de resgate de militantes atuantes no movimento anarquista no Brasil. Nosso primeiro trabalho dessa série foi dedicado ao anarquista, sindicalista e diretor da Escola Moderna nº 2 de São Paulo, Adelino de Pinho.
Desde a fundação de nosso projeto editorial nos dedicamos a conhecer (e fazer conhecer) as raízes do pensamento libertário, as práticas e lutas de nossos “antepassados”. Dentre centenas de nomes de homens e mulheres esquecidos e apagados da história “oficial” das lutas sociais selecionamos o de uma mulher de nome Isabel.
A produção escrita dessa “filha do povo” é impressionante, abarcando um longo período de tempo (1911-1963) e uma variedade enorme de temas. Sua abordagem calcada intransigentemente nos autores clássicos do anarquismo (Louise Michel, Reclus, Kropotkin, Malatesta, entre outros) e uma visão classista da realidade apontam uma convicção plena em seus ideais e, ao mesmo tempo, conhecimentos profundos sem se deixar cair em um estilo carregado de erudição, vazio e elitista.Muito pelo contrário, Isabel Cerruti escreve para as trabalhadoras e trabalhadores a partir da mesma posição social e econômica. Incita à revolta radical contra todas as opressões e conclama todas as pessoas a resistir e lutar cotidianamente contra as iniquidades e as explorações políticas e econômicas. É uma voz libertária operária que, mesmo que tardiamente, necessita ser ouvida pelas novas gerações de homens e mulheres, tão estagnados numa letargia relativista e pós-moderna que os está conduzindo, dia a dia, à mais ignorante passividade frente as injustiças.
Isabel Cerruti combatia o feminismo burguês, a exploração capitalista, o oportunismo político e, acima de tudo, denunciava a miséria humana através de sua verve ácida e seu espírito delicado e livre.
Disponibilizamos agora esta antologia de textos para que as leitoras e leitores contemporâneos possam acrescentar novos elementos em sua interpretação do passado e do presente; para que, com um olhar crítico e uma decisão sincera possam se colocar perante o mundo e às coisas, lembrando sempre daquelas lutadoras de outrora que dedicaram toda uma vida para a plena realização de um ideal de igualdade, liberdade e justiça: o triunfo da anarquia!
A nossa seleção está organizada de forma a – na medida do possível -, tornar a leitura fluída e compreensível, distribuindo os artigos em assuntos afins e tentando recriar o próprio processo de desenvolvimento do pensamento de Isabel Cerruti. Após uma introdução biográfica destacamos, logo de início, os textos em que a autora declara abertamente sua vinculação ao ideal anarquista. Na sequência aparecem os artigos sobre a questão feminina, apresentando reflexões e diálogos sobre o papel e atuação da mulher nos espaços políticos. Vinculando-se as principais discussões da militância anarquista e operária, aparecem os escritos sobre sindicalismo e, em seguida, os textos anticlericais da autora. Na seção Amor Livre, compilamos o debate desenvolvido por Cerruti com outros camaradas anarquista nas páginas do jornal A Plebe. A questão das desigualdades econômicas e sociais, também objetos de reflexão de Isabel, em especial no seu impacto na vida cotidiana, são organizados em outra seção. Por fim, na compilação Pingos D’Água organizamos os últimos escritos anteriores ao ocaso de uma vida plena de “gotas” dedicadas ao anarquismo, que agora agrupadas formam um enorme oceano de ideias.
Desejamos que o presente trabalho inspire principalmente as mulheres a conhecerem mais sobre Isabel e tantas outras militantes anarquistas. Que suas palavras sejam combustível na luta pela emancipação libertária da mulher de todas as amarras e opressões que sofreram e ainda sofrem, simplesmente por terem nascido mulher. Que seu ódio à burguesia torne-se o sentimento de todas e todos militantes que caminham rumo à construção de uma nova sociedade, sem exploração e sem autoridades.
Biblioteca Terra Livre
Novembro 2018